PÓS-COLHEITA: Presidente da Abrapos encerra Simpósio com palestra sobre classificação de grãos
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O presidente da Associação Brasileira de Pós-Colheita de Grãos (Abrapos), José Ronaldo Quirino, encerrou o V Simpósio de Pós-Colheita de Grãos do Mato Grosso do Sul, na última sexta-feira (22/09), em Maracaju (MS), com a palestra Classificação Comercial de Soja e Milho. Quirino mostrou que a qualidade dos grãos é um parâmetro bastante relevante para a comercialização e processamento, podendo afetar o valor final do produto.
Determinação - “É por meio da classificação que será determinado o grupo, a classe e o tipo dos grãos avaliados. Isso envolve a análise de diversos critérios, como umidade, impurezas, defeitos, peso e tamanho dos grãos”, explicou.
Qualidade - De acordo com ele, a qualidade do grão é assegurada ao fazer a classificação dos lotes. “O uso do grão vai depender da classificação. Assim, o principal objetivo é identificar qual o tipo de grão que está entrando na sua unidade compradora, nas fábricas, nas indústrias para saber onde esse grão será utilizado”, acrescentou Quirino.
Importante - O presidente da Abrapos destacou ainda que a classificação de grãos é importante tanto para os produtores, que podem obter melhores preços e condições de mercado, quanto para os compradores, que podem exigir um produto de acordo com suas especificações e necessidades.
Normas e legislações - “Por isso, é fundamental que os produtores e compradores conheçam as normas e as legislações vigentes sobre a classificação de grãos, bem como os seus direitos e deveres na hora de comercializar os grãos”, enfatizou.
Moderador - A palestra teve a moderação de José Alberti, da Alberti Consultoria.
Medidas preventivas contra incêndios e explosões - O coordenador de Segurança do Trabalho da Coamo, Jorge Lapezack, palestrou sobre as medidas preventivas que todas as unidades armazenadoras de grãos devem adotar para evitar riscos de incêndios e explosões, principalmente nos locais de confinamento. Utilizando uma maquete que simula um ambiente confinado, Lapezack demonstrou como acontecem as explosões em silos.
Acúmulo indevido de pó - Segundo ele, na maioria das vezes, os acidentes ocorrem pelo acúmulo indevido de pó proveniente dos grãos armazenados, pois o confinamento em si torna o pó em suspensão passível de explosão à medida que tem contato com, por exemplo, faíscas de equipamentos.
Medida preventiva - "Uma das principais medidas preventivas é a limpeza constante do ambiente. Se o trabalho é feito em três turnos, a cada troca de turno, antes de sair, a equipe tem que deixar a área limpa para o próximo turno e, assim, sucessivamente. Além disso, o encarregado deve descer nos ambientes confinados, para checar se as manutenções preventivas estão ok. Porque o rolete de carga não para de funcionar de repente, do dia para a noite. Ele anuncia uma semana, duas semanas antes, pois começa a engripar. Então é preciso fazer a manutenção, não esperar que ele pare, pois neste momento já é perigoso, se torna um ponto quente, propício para causar um incêndio ou até mesmo uma explosão. Daí a importância de manter a ordem e a manutenção preventiva", explica Lapezack.
Incêndio - Em caso de incêndio, Lapezack afirma que a primeira medida a ser tomada é desligar o exaustor, a corrente de energia do local e chamar a brigada de combate a incêndio da unidade.
Problemas - Entre os problemas que mais causam as explosões em unidades armazenadoras, estão o centelhamento (faísca elétrica), em cerca de 30% dos casos, e atrito, estática e pontos quentes, em 9%. "Para reduzir o perigo de uma explosão é preciso a conscientização de todos os funcionários, aplicando o método de prevenção de incêndio, dando atenção especial ao atendimento da NBR 16.577 sobre prevenção de acidentes em ambientes confinados e da norma NR 33, que define os requisitos para caracterização dos espaços confinados e medidas de prevenção para o trabalho nesses espaços", frisa o especialista.
Métodos atenuadores - Entre os métodos atenuadores dos riscos, estão a segregação da área de risco, seccionamento do processo, construção à prova de explosão, sistema de alívio de pressão, como se tem em alguns elevadores, e sistema de supressor de explosão.
Bons resultados - Ao final da palestra, Lapezack relatou também uma experiência da Coamo que vem dando bons resultados que é a substituição do óleo mineral pelo óleo vegetal levemente hidrogenado, além de reduzir consideravelmente a suspensão de pó, diminui também a periodicidade de manutenção de duto de elevador de um para até quatro anos, pois reduz o desgaste dos dutos ao quase eliminar a fricção do produto.
Riscos e prevenção de acidentes - Ainda dentro do tema segurança no trabalho e operação de unidades armazenadoras de grãos, o engenheiro de segurança do trabalho da Coamo Cooperativa Agrícola, que atua no estado do Mato Grosso do Sul, Marcos Vinicius Silva Antonio, abordou diversos aspectos relacionados aos riscos e prevenção de acidentes.
Natureza - Os riscos podem ser de natureza física, química, biológica ou de acidentes. “Para controlar esses riscos é preciso conscientizar os trabalhadores sobre a importância de manter o ambiente de trabalho organizado e limpo, além de usar os equipamentos de proteção individual (EPIs) adequados”, afirmou o engenheiro de segurança.
Novas tecnologias - Ele mencionou que existem novas tecnologias que podem ajudar na prevenção, como sistemas de exaustão e monitoramento em ambientes confinados. “O ramo de cooperativa é complexo, pois tem períodos de safra e entressafra, que exigem diferentes cuidados”.
Safra - Segundo ele, na safra, por exemplo, há mais chances de ocorrerem mais acidentes por ato inseguro, quando o trabalhador se expõe a um risco mesmo tendo conhecimento dele. “Por exemplo, não usar o capacete ou fumar em um ambiente confinado pode ter consequências graves”, concluiu. (Assessoria de Imprensa Abrapos)
FOTO: Divulgação