PREÇOS ATRATIVOS INCENTIVAM PLANTIO DO ALGODÃO

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De acordo com Flávio Turra, da gerência técnica da Ocepar, o algodão voltou a ser uma cultura atrativa. Isso se deve principalmente à conjuntura internacional, que somente nos últimos dois meses conseguiu elevar o preço do algodão em 40%. Esse panorama favorável, segundo Flávio, está revertendo inclusive à previsão de redução da área de plantio no Paraná para a safra 2002/2003. Ainda não se tem uma estimativa, mas a certeza é que deve ficar acima dos 35 mil hectares cultivados no ano passado, safra em que foram colhidas 83 mil toneladas de algodão em caroço (29 mil toneladas de pluma). Turra lembra que na safra 91/92 o Estado plantou 705 mil hectares de algodão.

Incentivos estaduais - Além de o mercado externo estar favorável, os produtores paranaenses contam ainda com uma política específica de incentivo à produção de algodão, a partir da lei aprovada pela Assembléia Legislativa, o Proalpar. Outro ponto positivo é o plano de recuperação da cultura, desenvolvido pelas entidades que compõem a Cadeia Produtiva da Cotonicultura, e que tem participação efetiva das cooperativas, pesquisa e indústria. O programa paranaense prevê que em médio prazo (5 anos) o estado seja auto-sustentável na produção e consumo, atingindo 120 mil toneladas de pluma.

Panorama nacional - A recuperação dos preços internacionais do algodão e a desvalorização do real têm impulsionado o fechamento de contratos de exportação nas últimas semanas. O aquecimento dos negócios já muda as perspectivas de embarque para a safra. Se em maio, as previsões mais otimistas não passavam de 60 mil toneladas, hoje já se fala em mais de 100 mil toneladas. Em 2001, conhecido como o "ano da reação" nas exportações de algodão, as vendas externas somaram 150 mil toneladas, e a produção era 21% maior que a atual, de 740 mil toneladas. Este ano, segundo traders já foram registradas na BM&F para embarque 54,3 mil toneladas - das quais 40 mil em junho. Mas o mercado estima que outras 25 mil toneladas já tenham sido contratadas fora da bolsa.

Cotação - O aquecimento se deve principalmente à reação nas cotações futuras do produto, pressionadas pelas previsões de queda na produção americana. Também contribui a desvalorização do real, que no período atinge 17%. Para um produtor do Mato Grosso, a receita chega a ser 10% maior na exportação do que a venda no mercado interno, diz um trader. Também ganharam força os negócios para a próxima safra, cujo plantio começa em outubro. Segundo os traders, já foram negociadas 30 mil toneladas. Nestes casos, o produtor procura travar o dólar futuro e já negocia a compra de defensivos, garantindo cobertura de seus custos em real. No mercado interno a cotação está em R$ 35,00 a arroba de pluma. No mercado internacional os contratos estão sendo fechados entre US$ 12,50 e US$ 13,50 a arroba. Para agosto de 2003, as cotações internacionais apontam para preços na ordem de US$ 14,80 a arroba de pluma.

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