Preços baixos e estoques agravam problema do produtor

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O produtor plantou a soja com um custo do dólar a US$ 2,40 e está colhendo com o dólar a US$ 2,20, indicando que vai precisar mais sacas de soja para pagar o custo de produção. O milho, que esteve a R$ 17,00 por saca, caiu para R$ 12,50. Não bastasse isso, a estiagem afetou violentamente muitas lavouras de produtores que já tinham perdido parte significativa da safra no ano passado, também por causa da estiagem. Essa conjuntura levou muitos produtores a deixarem cerca de 90 mil toneladas de milho e 100 mil toneladas de soja nos armazéns da Cocamar, pois apostaram na melhoria nos preços. E quem perdeu novamente a safra deste ano está inadimplente junto à cooperativa.

Praticar o preço mínimo – “Eu acho que esse assunto vai ter que ser levado ao governo para tentar ajudar esse pessoal e ajudar também as cooperativas, que têm uma conta para receber. As dívidas dos associados já foram alongadas. E como é que se faz agora, se eles não têm renda de novo?”, pergunta o presidente da Cocamar, Luiz Lourenço, frisando que há uma grande preocupação em relação aos recebíveis e à viabilidade dos produtores. “Eu acho que nos temos que exigir o preço mínimo, pois os produtores estão vendendo abaixo do preço mínimo. Vem uma safra agora, razoavelmente boa. E a safra de inverno (milho safrinha) tende a ser boa. Choveu e o produtor está atrás de adubo e semente para plantar imediatamente”, afirmou Luiz Lourenço.

Alongamento das dívidas e financiamento de estocagem –- O presidente da Cocamar defende a intervenção imediata do governo no alongamento das dívidas dos produtores e no financiamento de estocagem. “O grande problema do País é a estocagem. Na minha opinião, o pior problema que nós enfrentamos no mercado interno é da estocagem. Precisamos ter custo razoável de estocagem para poder carregar no tempo. O grande problema é sempre esse: você colhe em dois a três meses, e tem que vender em 12 meses. Quem carrega esse custo? A história tem mostrado claramente que o produtor tem carregado esse custo. E nem sempre tem compensado carregar. O produtor tinha o preço de R$ 17,00 a saca do milho, em setembro, e agora está em R$ 12,50”, frisou Luiz Lourenço.

Preços não podem cair – O presidente da Cocamar afirma que a conjuntura atual não dá nenhuma demonstração que a situação do mercado internacional vá piorar. “Essa é a orientação que estamos dando aos nossos associados. Dificilmente o preço vai piorar. Temos que concorrer, mas os preços internacional têm melhorado um pouco. Tem toda uma história mostrando que o produtor não deve vender agora, apenas se ele precisa pagar dívidas mais urgentes”, frisou. A diretoria inicia, nesta semana, reuniões com os associados de todos os entrepostos e vai aconselhar aos associados aguardarem uma melhor definição dos mercados para o fechamento de negócios.

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