PRODUTOR DE SUÍNO PROTESTA E COBRA APOIO DO GOVERNO FEDERAL

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A Associação Paranaense de Suinocultura (APS) está reivindicando a definição de políticas concretas para garantir a viabilidade econômica da atividade. Ontem (20/06), durante um dia de protesto, produtores de várias regiões do Estado elaboraram, em Marechal Cândido Rondon, uma lista de reivindicações para ser encaminhada ao governo federal. Eles reclamam da crise pela qual passa o setor, alegando que hoje o suinocultor está pagando para produzir. A situação estaria tão grave, que muitos produtores estariam abandonando a atividade por conta dos prejuízos. O documento, com sugestões para ?salvar a suinocultura?, foi entregue ao deputado estadual Orlando Pessuti (PMDB), presidente da CPI dos Alimentos da Assembléia Legislativa, que se comprometeu a levar a discussão para Brasília. Os produtores ameaçam interromper o abastecimento caso não forem atendidos. Com 21 mil produtores e um plantel de 4,8 milhões de cabeças, o Paraná é o segundo maior produtor do País, ficando atrás apenas de Santa Catarina. Ano passado o Estado produziu 380 mil toneladas de carne. A manifestação começou com uma audiência pública e teve seqüência com uma carreata pelas principais ruas da cidade. Os produtores ainda distribuíram lanches à base de carne suína e bloquearam a BR-467.

Redução do plantel - Na avaliação de Flávio Turra, assessor cooperativista da Gerência Técnica do Sistema OCEPAR, a tendência neste momento é de que haja uma redução no plantel. A curto prazo, segundo Flávio, deve haver uma redução na oferta, forçando assim uma recuperação dos preços. Essa situação já começa a ser verificada, com muitos produtores desistindo da atividade. Durante o protesto de ontem, a informação era de que pelo menos 500 suinocultores do Estado já abandonaram a produção por causa da crise que afeta o setor. Flávio Turra voltou a afirmar que também é necessário que o governo federal ofereça mais condições para financiamento do estoque e garantias de comercialização da carne. Outro ponto importante é a implantação de uma política de incentivo à produção de milho para o próximo ano. ?É preciso aumentar a produção de milho, de forma que o preço desse insumo não comprometa a rentabilidade do suíno.? Pelo menos 70% da composição da ração suína vem do milho.

Custo/produção - Os produtores alegam que estão recebendo da indústria R$ 1,10 por quilo, enquanto o o custo/produção do suíno está variando de R$ 1,25 a R$ 1,30. Por conta dessa defasagem, o suinocultor está reivindicando um reajuste de 12% no preço pago por quilo, de forma a compensar parte desse prejuízo. A APS também quer maior oferta de milho no estoque regulador da Conab para o Paraná e a criação de estoques reguladores para equilibrar a oferta de carne suína. O presidente da entidade, Romeu Carlos Royer, disse que os produtores estão perdendo entre R$ 22,00 e R$ 33,00 em cada suíno vivo de 100 quilos. Flávio Turra lembrou que a crise afeta ainda mais o produtor independente, aquele que não possui nenhuma espécie de integração com a indústria. Muitas vezes esse produtor não está encontrando mercado e, quando encontra, acaba se sujeitando aos preços baixos.

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