PROTESTO: Entidades na Boca Maldita pedem o fim da CPMF

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Trajando camisetas com o slogan da campanha “Xô CPMF”, mais de 500 pessoas participaram, ontem (23/08), em Curitiba, de uma passeata pelo calçadão da Rua XV e de uma manifestação, na Boca Maldita, em adesão ao movimento nacional pró-extinção da Contribuição Provisória sobre a Movimentação Financeira (CPMF). No evento, promovido pela Associação Comercial do Paraná e outras 13 entidades, entre as quais, o Sistema Ocepar, Fiep, Fecomercio, Faciap e Faep, foram coletadas assinaturas em documento que será enviado ao Congresso Nacional reivindicando o fim da contribuição, que o governo quer transformar em permanente. Até ontem à tarde, a ACP contabilizava mais de 2,5 mil adesões.

Envolvimento – A Contribuição Provisória sobre a Movimentação Financeira (CPMF) foi criada em 1996, com alíquota de 0,20%, porém foi prorrogada com alíquota de 0,38%. “A vigência prevista é até dezembro de 2007, mas o governo pretende prorrogá-la por mais quatro anos”, explica assessor da diretoria do Sistema Ocepar, Guntolf van Kaick. A presidente da ACP, Avani Slomp Rodrigues, disse que o envolvimento das entidades de classe no movimento em Curitiba resulta da vontade da maioria das pessoas que elas representam. “Todos querem a extinção desta contribuição, que nasceu provisória e que agora ameaça tornar-se permanente, mesmo diante dos poucos benefícios que retornaram para a sociedade”, afirmou.

Lamento - O presidente da Federação das Empresas de Transporte de Cargas – Região Sul, Walmor Weiss, lamentou o “desvio” da finalidade da CPMF, criada, em 1996, para destinar recursos para o setor de saúde pública, socorrendo especialmente aos hospitais. Atualmente, segundo ele, o dinheiro serve mais para atender os interesses do governo e para a manutenção das metas fiscais. “É o dinheiro que o governo toma do trabalhador e das empresas e que deveria ter destino certo: o benefício da população brasileira, principalmente a mais carente. Mas, infelizmente, o povo brasileiro continua morrendo nas filas dos hospitais”, lamentou.

Absurdo - O vice-presidente e coordenador do Conselho Político da ACP, Marco Antônio Peixoto, lembrou que cada brasileiro, em média, paga R$ 176 por ano em CPMF, o que se constitui em um absurdo, considerando a alta carga tributária, uma das maiores do mundo, sem contrapartida à população. Para ele, a intenção do governo em “eternizar” a contribuição é “uma falta de respeito à cidadania e de desobediência ao sistema democrático”.

Casuísmo – O vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Hélio Bampi  disse que a proposta do governo federal é um “casuísmo”, ao considerar que o próprio governo reconhece que terá excedente tributário de R$ 60 bilhões neste ano. Segundo ele, a extinção da CPMF, além de representar um alívio na carga tributária, contribuirá para expandir a economia do país. Ele frisa que os R$ 36 bilhões que deixariam de ir para os cofres do governo circulariam na economia, dando origem ao que classifica de círculo virtuoso.

Assinaturas - A ACP mantém um posto de coleta de assinaturas (na Rua XV de Novembro, 621) para um abaixo-assinado a ser enviado ao Congresso Nacional. “As entidades parceiras também irão mobilizar suas bases para colher assinaturas”, revelou van Kaick. (Com informações imprensa ACP)

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