Queda do PIB surpreende analistas - agropecuária caiu 3,4%

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A queda do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 1,2% no terceiro trimestre de 2005 na comparação com os três meses anteriores, divulgada ontem (30/11) pelo IBGE, surpreendeu os analistas, que esperavam uma redução de 0,3%, no máximo. Os setores que mais contribuíram para a queda foram agropecuária e indústria, com recuos de 3,4% e 1,2% em relação ao trimestre anterior. "As empresas reduziram muito os investimentos neste ano provavelmente, em função da crise política", afirma Thiago Davino, analista do GRC Visão. "Além disso, os exportadores estão sendo muito prejudicados pela desvalorização do dólar". Associações empresariais reagiram com decepção aos números. Em comunicado à imprensa, o presidente da CNI, Armando Monteiro Neto, disse que "o Brasil terá mais um ano de baixo crescimento, o que é lamentável". (Revista Amanhã).

Palocci afirma que queda era prevista - O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, afirmou nesta quarta-feira que a queda do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre já era esperada, embora tenha sido pior que as previsões. Questionado se o Brasil irá crescer menos de 3% neste ano, o ministrou disse apenas que é preciso avaliar melhor. "Vamos refazer as contas, logo esses números vão ser avaliados e divulgados". Palocci citou que indicadores antecedentes já mostravam queda no terceiro trimestre, mas ponderou que é preciso analisar com cautela o dado."Olhando à frente, a flexibilização da política monetária, a continuidade no aumento das vendas e da renda indicam que o crescimento não vai parar. Não há processo de crescimento que seja uma curva linear sem interrupções", disse a jornalistas em Puerto Iguazú, na Argentina. "O mais importante é observar neste momento se essa indicação do terceiro trimestre é uma tendência ou se é apenas um momento fora da curva de crescimento. Todos os indicadores mostram que esse é um momento de redução dentro de uma linha de crescimento que prossegue".

Para a SRB, ano ruim - Para o presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), João de Almeida Sampaio Filho, o resultado negativo não surpreendeu. "Já havíamos alertado o governo que se a taxa de juro permanecesse alta fazendo com que o câmbio ficasse da forma como está, o setor passaria por um ano ruim, muito difícil, de ajustes complicados. Infelizmente nossa previsão se confirmou." Segundo João Sampaio, os números divulgados pelo IBGE mostram a importância da agropecuária, do agronegócio para o País. "Enquanto crescíamos a taxas mais ou menos rápidas, o PIB conseguia ter um crescimento de maneira global. Mas a partir do momento em que o setor registra uma queda acentuada, o PIB global se torna negativo."

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