RANKING II: Coamo entre as grandes líderes do Sul

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Publicado no mês de agosto, o anuário 2008 da revista gaúcha Amanhã, de Gestão, Economia e Negócios, destacou as 500 Maiores Empresas do Sul do Brasil e também as Grandes Líderes dos três estados, representadas pelas 100 empresas líderes do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, e pelas campeãs por receitas e por rentabilidade em mais de 30 setores da economia. A Coamo está entre as eleitas. Ela foi apontada como Gande Líder no setor Cooperativas de Produção, no critério Receita Bruta. Na classificação geral, a Coamo ficou com a 18ª posição. Em 2007, a cooperativa obteve uma receita bruta de R$ 3.323,63 milhões, com um crescimento de 37,45% em relação à receita do ano anterior. No item Mais Rentáveis a Coamo ocupa a quarta colocação, com uma rentabilidade sobre a receita líquida de 7,43%.

Previsão 2008 - Para este ano, motivada pela boa safra e bons preços das commodities agrícolas, a Coamo espera alcançar uma receita bruta de R$ 4 bilhões, apresentando um crescimento de 20% em relação ao ano anterior. O diretor-presidente da Coamo, José Aroldo Gallassini, observa que a receita maior será fruto da alta nos preços, já que o volume de grãos ficará próximo ao do ano passado. E para ampliar a capacidade de beneficiamento a partir deste ano, a cooperativa está investindo R$ 68 milhões e outros R$ 180 milhões serão destinados ao aumento da capacidade de armazenagem de grãos. No editorial da publicação, o diretor de redação Eugênio Esber, classificou os números das empresas de inspiradores. Ele ressaltou que o ranking é bem mais que uma fonte de consulta, é uma vitrine de excelência em gestão. A revista Amanhã e a PricewaterhouseCoopers utilizam os balanços das empresas como fonte de informação para a composição do ranking.

Confira a seguir a íntegra da matéria publicada na revista.

 

SETOR COOPERATIVAS DE PRODUÇÃO:

Sem nuvens no horizonte

A teoria econômica moderna sustenta que as empresas, assim como as pessoas reagem a incentivos. Eles podem vir do governo ou de uma condição especial do mercado. Por exemplo, os preços agrícolas elevados, como ocorre hoje, servem de estimulo para os agricultores plantarem ainda mais na próxima safra - até que oferta e demanda se equilibrem e os preços recuem. Não é por outra razão que a safra brasileira de grãos será recorde, estimada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em mais de 143 milhões de toneladas. O avanço dos preços pe ruim para os consumidores, mas excelente para quem vive de vender comida, como as cooperativas agrícolas.

Maior cooperativa agropecuária da América Latina, a paranaense Coamo já projeta terminar o ano com um faturamento recorde de R$ 4 bilhões - 20% acima dos 3,0 bilhões de 2007. O presidente, José Aroldo Gallassini, observa que a receita maior será resultado exclusivamente dos preços altos, já que o volume vendido de grãos (principalmente soja e milho) ficará daquele do ano passado. Para ampliar a capacidade de beneficiamento a partir de 2009, a Coamo está investindo R$ 68 milhões - outros R$ 180 milhões serão destinados ao aumento da capacidade de armazenagem de grãos.

Mesmo com os preços dos grãos nas alturas, Gallassini diz que em 2007 foi um ano "normal". A Coamo enfrentou problemas climáticos como a estiagem que castigou as lavouras em alguns municípios do Paraná e resultou em queda na produtividade entre 10% e 30%. Além disso, lembra o dirigente, os preços só começaram a subir no segundo semestre de 2007. O "normal",  neste caso, já significa uma boa notícia. É que a Coamo vinha de dois anos ruins, quando houve uma conjugação de quebras nas safras com preços baixos. Em 2005, o faturamento desabou 31% e, no ano seguinte, mais 11%. Ano passado, não só a receita avançou 37% como o lucro saltou dos R$ 190 milhões de 2006 para R$ 236,9 milhões.

O horizonte continua azul, uma vez  que os preços das commodities devem permanecer altos pelos próximos dois anos, pelo menos na Bolsa de Chicago. "Enquanto a China continuar crescendo 10% ao ano, os preços das commodities devem continuar elevados", afirma Julio Suzuki, coordenador do núcleo de conjuntura do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes). Com o estímulo dos preços, os produtores brasileiros tendem a plantar cada vez mais. O instituto estima que a safra paranaense de grãos alcançará 32 milhões de toneladas este ano. Para Suzuki, os Estados do Sul vão ampliar, inclusive, a produção de trigo, com o objetivo de reduzir o déficit brasileiro do cereal.

Se os preços dos grãos sobrem, os dos fertilizantes não ficam para trás. Gallassini calcula que só o adubo aumentou 150% no último ano. "Isso se deve ao maior consumo mundial; não há muito o que fazer", consola-se. O custo de produção de soja quase dobrou, chegando a R$ 800 por hectare. Já o milho passou de R$ 790 para R$ 1.192 por hectare.

Mas nem só de commodities vive a Coamo. Aos poucos, a cooperativa começa a consolidar sua presença no varejo. O segmento de industrializados já representa 10% das receitas. Soa margarinas com as marcas Coamo e Prime, óleo refinado de soja, gordura vegetal, farinha de trigo e café. Porém, observa Gallassini, esse é um "mercado mais agressivo". De fato, a concorrência nessa seara é bem mais acirrada e não é tão fácil enfrentar marcas mais famosas e com décadas de estrada. Por outro lado, embora os resultados possam demorar mais a aparecer, eles podem ser compensadores, já que os produtos acabados agregam mais valor à produção dos quase 20 mil associados da cooperativa.

 

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