REIVINDICAÇÕES: Carta de Miraselva será levada a encontro estadual
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Os 138 participantes do 3º Encontro de Sericicultores de Miraselva e região, integrando Jaguapitã, Florestópolis, Prado Ferreira, Guaraci, Centenário do Sul e Santo Inácio, reunidos na última quinta-feira, 06/07, elaboraram um elenco de reivindicações no documento Carta de Miraselva, a ser apresentado no 24º Encontro Estadual de Sericicultura que vai acontecer dia 21 deste mês, em Nova Esperança. Entre as propostas aprovadas em plenário estão o reajuste no preço atual do casulo verde, subsídios do governo estadual para calcário, adubo orgânico e químico, roçadeira para trator e o equipamento lancer, ajuda de custo de 50% da indústria na aquisição de larvas e produtos de desinfecção. Também foi solicitado seguro de entressafra para os três meses sem produção, liberação dos recursos residuais do Programa Paraná 12 Meses para os sericicultores e um novo programa de substituição e da filiação das indústrias nas associações de sericicultores.
Tecnologia - Para Carlos Magno de Paiva Rolla, assessor técnico regional da Emater, instituto estadual vinculado à Seab, as reivindicações têm pertinência porque os sericicultores dessa região de solo arenito estão fazendo o dever de casa na adoção da tecnologia e querem mais apoio para continuarem evoluindo. “O trabalho desenvolvido pelo extensionista Edson Pellegrini em conjunto com a indústria de seda Fujimura do Brasil e as prefeituras municipais, dá sustentação à atividade que é realizada por 150 agricultores familiares, dentre eles proprietários, meeiros e parceiros, atentos na produção de casulo verde de qualidade e com elevada produtividade média de 498Kg por hectare, acima da média estadual prevista nesta safra de aproximadamente 400kg/ha”, afirma Rolla.
Organizados - A organização dos sericicultores é fundamental para dar estabilidade ao setor, garante o médico veterinário Eduardo Maia Coutinho, do Departamento de Defesa Sanitária Animal do Núcleo Regional da Seab de Londrina. “Além de produzir com sanidade e qualidade, os produtores devem também buscar novas conquistas para a categoria e em especial para a qualidade de vida da sua família e o melhor instrumento de avanços social e econômico é a própria associação dos sericicultores”, conclamou Coutinho em seu discurso de abertura no encontro, representando na oportunidade o secretário Newton Pohl Ribas. Depois de abandonar a lida de porcenteiro de café em propriedade alheia e entrar na sericicultura a vida de Aurílio Lopes da Silva, 52 anos, mudou. Em apenas três alqueires do Sítio Planalto, localizado na Água do Pernambuco, em Miraselva, adquiridos no ano 2000, ele mantém a família unida de três filhos e na atividade. São 1,5 alqueires de amoreira para alimentar a criação de 3,5 caixas de larvas em um barracão de 7,5m por 20m, tirando nas nove safras anuais casulos de primeira. Na última entrega recebeu da indústria R$6,72 pelo quilo de casulo verde. É participante ativo da Associação dos Sericicultores de Miraselva. “A gente só cresce na produção e garante melhoria para a família no campo se a propriedade tiver uma renda mensal, como a criação do bicho-da-seda. Através de projetos com a Emater de Miraselva paguei os investimentos, construí minha casa, estou pagando os estudos da minha filha, recebi benefícios do governo estadual para encanar água, trazer luz e até investir num barracão de 12 mil frangos para ter esterco a vontade e adubar bem a amoreira e uma lavourinha de meio alqueire de café”, concluiu feliz Aurílio que está otimista em ocupar uma vaga na possível excursão do município para o Encontro Estadual de Sericicultura. (Emater Paraná)