RURAL TECNOSHOW: Plano Regional de Cultivo Florestal durante o evento
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As oportunidades de empreendimentos da cadeia produtiva da madeira na região de Londrina, decorrentes do diagnóstico preliminar do setor, foram evidenciadas no 1º Seminário Regional de Cultivos Florestais, realizado na terça-feira, 30, em Londrina, durante a programação do 3º Rural TecnoShow. Os encaminhamentos terão fórum na Câmara Regional de Gestão do Negócio Madeira, a ser organizada ainda em outubro e que contará com a representatividade dos organismos oficiais e privados.
Consumidores - No levantamento realizado pela equipe do Projeto Cultivos Florestais do Emater em 18 municípios que integram a região de Londrina, instituto estadual vinculado à Seab, foram identificados os 98 maiores consumidores primários (energia e serrados) que fazem uso anual de 443,3 mil metros cúbicos de madeira. Para atender esta demanda, considerando a produtividade média de 35 metros cúbicos por hectare ano, seria necessário o cultivo anual de 2,1 mil hectares, assegura o engenheiro agrônomo Anízio Menarim Filho, coordenador estadual do programa no instituto Emater. Porém a demanda aumenta significativamente se for levado em conta a pressão de consumo do polo moveleiro de Arapongas. Ele utiliza a média de 264 mil metros cúbicos por ano, somente em tora. "A somatório da necessidade atual e futura indica que o cultivo florestal é uma excelente oportunidade de mais um negócio na propriedade rural, já que o agricultor familiar pode integrar a produção de madeira nas demais atividades produtivas", destaca Menarim.
Benefícios - Segundo o engenheiro agrônomo Ildefonso José Haas, gerente regional do Emater de Londrina, os benefícios para a agricultura familiar deste plano, que começa a ser implementado, são muitos, "por que além da futura fonte de renda, são otimizados os sistemas produtivos existentes, com baixo custo de produção e investimentos e que contribuem na resolução dos atuais problemas ambientais". O Governo do Paraná quer com a política pública de cultivo florestal ter a árvore recuperando áreas degradadas, áreas ocupadas hoje impróprias à agricultura convencional e para a recuperação da reserva legal, promovendo inclusive o seu manejo sustentável, atesta o engenheiro agrônomo Renato Viana Gonçalves, chefe da divisão de Cultivos Florestais da Seab/Deagro.
Encaminhamentos - Nos encaminhamentos do seminário, os 150 convidados participantes foram unânimes em decidir pela criação imediata da câmara de gestão do negócio florestal, envolvendo as empresas consumidoras, FAEP, FETAEP, cooperativas agropecuárias, órgãos públicos de pesquisa e extensão, Sociedade Rural do Paraná, secretarias municipais de agricultura, agentes financeiros, inclusive Banco Brasil. Levantaram também as questões da necessidade de mais e melhores levantamentos para análise do mercado consumidor e das áreas potenciais de cultivo; do acompanhamento e monitoramento técnico na produção de mudas; da melhor e maior divulgação da Resolução nº045 da Secretaria de Estado do Meio Ambiente em relação ao aproveitamento econômico do reflorestamento da reserva legal; da prospecção dos mercados de créditos de carbono e dos sistemas de integração entre os diversos elos da cadeia produtiva da madeira.
Cursos de capacitação - Querem ainda a realização de cursos de capacitação de técnicos e de produtores rurais, relacionados aos cultivos florestais; maior assistência técnica oficial e privada; organizar os processos produtivos dos integrantes da cadeia produtiva da madeira; criação de unidades experimentais na região de Londrina e no âmbito estadual, em cada região e resgatar unidades experimentais já existentes; potencializar na reserva legal outras culturas como frutíferas, seringueira e café.
O evento - Promovido pela Sociedade Rural do Paraná e Governo do Paraná através da Seab e seus institutos vinculados Emater e Iapar, Embrapa Floresta, o evento contou com a presença de produtores rurais, técnicos, pesquisadores, docentes, empresários e demais interessados. Na programação técnica, diversos depoimentos institucionais de contribuição de organizações como o Sindicato das Industrias de Moveis de Arapongas, Corol, Granosul e Unifrango.
Paraná - O Brasil tem uma área de floresta cultivada de 5,5 milhões de hectares, com o Paraná se destacando em terceiro lugar, tendo 15% da área total, sendo 702 mil em pinus e 123 mil em eucalipto. A importância da cadeia produtiva da madeira está no valor bruto da produção, que em 2007 ficou em 9,6% do VBP paranaense, se destacando como terceiro agronegócio estadual. Emprega diretamente de 150 a 200 mil profissionais em todos os níveis, da produção ao processamento industrial. O balanço futuro de madeira, elaborado pela Universidade Federal do Paraná, aponta que a partir do ano de 2016 será negativo, com a demanda projetada de consumo superior a 34 milhões de metros cúbicos anuais. (Imprensa Emater)