SECOAGRO IV: Maior parte da produção de milho vai para ração animal

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Os brasileiros ainda não ''descobriram'' o milho. O grão não faz parte do hábito alimentar da maioria dos consumidores. Do total produzido 70% é destinado à ração animal, para a cadeia das carnes (bovina, suína e de frango). ''Enquanto no Brasil há entre 600 e 800 usos para o milho, nos Estados Unidos são mais de 3 mil. Há usos para as indústrias farmacêutica e de bebidas, que são desconhecidos do grande público'', comentou Jason de Oliveira Duarte, pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo (sediada em Minas Gerais).

Demanda - A maior demanda por milho ocorre na Região Nordeste do País, onde o consumo ocorre na forma de farinha, cuzcuz, biscoitos e milho verde. ''No Brasil está crescendo o mercado de flocos de milho (sucrilhos) e snakes (chips) mas, mesmo assim, não é igual ao dos Estados Unidos'', disse Duarte. Os americanos lideram o ranking das exportações, enquanto o Brasil ocupa a terceira posição, atrás também da Argentina. ''O milho tem uma ligação forte com a cadeia das carnes, que é forte no Brasil'', observou.

Exportações - O País entrou no mercado exterior em 2001, quando os chineses saíram destinando sua produção para o consumo interno. Atualmente, o maior mercado consumidor do Brasil é a Ásia, onde foram registrados aumento das criações animais e da renda da população. Além disso, há abertura para o comércio de rações sendo que, do total exportado, 30% sai do Paraná. ''Também há pouco consumo de óleo de milho por falta de hábito. Além disso, o grão de milho tem pouco óleo e, devido à oferta menor, o preço é mais alto'', observou o pesquisador.

Perspectivas - A perspectiva para o mercado de milho, segundo ele, é que os preços se mantenham nos atuais patamares. ''O que nos preocupa é a extensão da crise. Os alimentos são bens de primeira necessidade e, a princípio, a demanda não deverá cair muito. Mas se a crise se estender por muito tempo pode cair a demanda, principalmente, na China e na Índia, que somam quase 50% da população mundial'', argumentou Duarte. Ele acrescentou que o mercado de etanol de milho (nos Estados Unidos) foi afetado pela queda nas cotações do petróleo. ''A demanda ficou afetada e os custos de produção subiram'', disse ele. (Folha de Londrina)

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