SESCOOP/PR 10 ANOS: Programa Cooperjovem leva o cooperativismo às escolas
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Ao longo da história, o cooperativismo cresceu, se desenvolveu e se consolidou como um dos principais modelos de desenvolvimento econômico e social. Para garantir a continuidade deste sistema, o Sescoop colocou em prática um programa que visa inserir o ensino do cooperativismo ainda na escola. Em todo o Brasil, o Programa Cooperjovem mobilizou no ano passado 382 escolas, 1.631 professores e 51.849 alunos.No Paraná, onde o cooperativismo acumula uma trajetória de sucesso, o Programa Cooperjovem encontrou um solo fértil. Implantado em 2002, o programa ganhou força e se consolidou como uma ação educacional permanente. Em sete anos, passou de duas cooperativas parceiras para 12. São elas: Lar, C.Vale, Castrolanda, Coagel, Cocamar, Cocari, Confepar, Copacol, Copagril e Integrada. O número de escolas atendidas subiu no período de seis para 95; a quantidade de alunos evoluiu de 115 para 9.500 e a de professores passou de 22 para 974. Já o volume de municípios saltou de cinco para 40.
"Quando as crianças participam do Cooperjovem, estão se preparando para o exercício de sua cidadania. Com o aprendizado, viabilizam expectativas de um mundo mais justo e fraterno", afirma o presidente do Sistema Ocepar/Sescoop/PR, João Paulo Koslovski. O programa tem abrangência nacional e é implementado pelas unidades estaduais do Sescoop, em parceria com secretarias de educação, cooperativas e estabelecimentos de ensino. O público alvo são os alunos do Ensino Fundamental.
"Ao trabalhar com crianças, estamos investindo na formação da terceira geração do cooperativismo. São pessoas que vão crescer com uma consciência mais cidadã de seu papel na sociedade", comenta Vanessa Christófoli de Castro, coordenadora do programa e analista de Desenvolvimento Humano do Sescoop/PR. Segundo Vanessa, ao ensinar os princípios e valores fundamentais do cooperativismo, o Cooperjovem pretende mostrar aos pequenos outras formas de ver o mundo. "A sociedade de hoje só pensa no individual. Queremos mostrar para as crianças que é possível pensar coletivo e agir norteado por princípios e valores como solidariedade, autonomia, responsabilidade, democracia e honestidade", frisa.
Resgatando a história
No início dos anos 80, a Cooperativa de Profissionais Gráficos do Distrito Federal (Copergraf) decidiu criar um material ilustrado em formato de revista em quadrinhos para apresentar o cooperativismo de forma lúdica e atrativa. A ideia deu origem aos personagens da "Turma da Cooperação", criados com o objetivo de auxiliar o trabalho de formação em cooperativismo. Mas a iniciativa teve um alcance ainda maior, porque, a partir dessa publicação, foi desencadeada uma ação sistematizada por um programa de trabalho que organizava o método do repasse de informações sobre cooperativismo para jovens no ambiente escolar. Surgiu, então, o Programa Cooperjovem.
As ações do Cooperjorvem buscam divulgar os princípios, a doutrina e a filosofia cooperativista visando o desenvolvimento integral das pessoas. Com base em seus princípios sociais, busca desenvolver e implementar uma proposta metodológica de educação baseada na relação ensino-aprendizagem, construída a partir de valores que embasam o cooperativismo, como justiça social, solidariedade, participação, liberdade, igualdade, equidade e autonomia; direcionada aos educadores e alunos das escolas e cooperativas educacionais, nos nível fundamental e médio. O trabalho compreende a capacitação de professores e oficinas de educandos com foco na disseminação da cultura cooperativista.
O Programa foi institucionalizado em 19 de junho de 2007 pela resolução nº 109, do Conselho Nacional do Sescoop. Em 5 de novembro de 2007, foi aprovada a portaria nº 036, estabelecendo os procedimentos para fins de qualificação, implantação e acompanhamento do programa. "Com essa iniciativa, nós podemos construir um modelo diferenciado de relações entre alunos, professores, comunidade e cooperativa, promovendo uma mudança estrutural nas sociedades envolvidas", afirma o presidente do Sistema OCB e do Sescoop Nacional, Márcio Lopes de Freitas.
Multiplicadores
Um dos objetivos do Cooperjovem é promover o intercâmbio entre escola/cooperativa e vice-versa. Nesse sentido, a cooperativa "adota" uma escola, que será responsável pelo repasse das informações aos alunos. Também cabe a cooperativa, com o apoio do Sescoop, capacitar os professores para atuar como multiplicadores do programa. Em Londrina, as cooperativas Integrada e Confepar escolheram o Colégio Alfa e a Escola Municipal Cecília Hermínia Oliveira Gonçalves.
A orientadora pedagógica do colégio Alfa, Adriana Sanches, diz que antes de conhecer o programa sabia muito pouco sobre cooperativismo. "Fiquei impressionada com o grau de organização do sistema cooperativista no Paraná. É um sistema com uma filosofia estruturada em resgatar valores que precisam fazer parte da nossa sociedade. Hoje todos estão preocupados em ter e se esquecem do ser", afirma.
A professora Marli Almeida, de escola Cecília Hermínia Oliveira Gonçalves também se mostrou entusiasmada com o projeto, principalmente pela possibilidade de poder passar aos mais jovens valores que andam meio esquecidos, como cooperação e respeito às pessoas. "Temos a responsabilidade de formar cidadãos e projetos como esse ajudam muito nessa tarefa", comenta a professora. (Matéria publicada na revista Paraná Cooperativo / Agosto 2009 / Edição especial 10 anos Sescoop/PR)