Setor aviário demitiu 15 mil desde fevereiro
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A crise da avicultura brasileira já causou a demissão de pelo menos 15 mil trabalhadores das indústrias abatedoras de frangos no País, em decorrência da paralisação temporária das atividades ou das reduções da produção anunciadas pelos empresários desde fevereiro. O número foi apresentado ontem pelo presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria da Alimentação (Contac), Siderlei Silva de Oliveira, durante audiência pública, realizada na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) do Senado, realizada para avaliar os impactos sociais e econômicos da gripe aviária. Em Mato Grosso do Sul este número já alcançaria 1,2 mil trabalhadores. Segundo Siderlei de Oliveira, além dos demitidos, outros 25 mil trabalhadores do segmento foram colocados em férias coletivas no País.
Preço - O sindicalista explica que as suspensões nas operações das indústrias têm o objetivo de reverter o cenário de queda no preço do frango no mercado interno, registrado após a alta na oferta das aves em função da redução das exportações. O temor da gripe aviária nos principais mercados consumidores do frango brasileiro levou os compradores internacionais a suspender as importações, causando excedente do produto no mercado interno. Siderlei de Oliveira criticou que os empresários do setor passam todo o ônus da crise para os trabalhadores e ainda pedem compensações ao Governo. Uma das saídas na tentativa de reverter a situação é, segundo a confederação, a realização de uma grande campanha para incentivar o consumo do frango brasileiro no País e no exterior. Durante o debate na CDH, o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), João Felício, denunciou que, apesar da alta lucratividade com as exportações nos últimos anos, a média do valor do salário pago pelas indústrias do setor é de dois salários mínimos e que, diante da crise, as empresas aproveitam-se para diminuir salários e aumentar as exigências de trabalho. (Correio do Estado)