SOJA: EUA prevêem nova queda na produção
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O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda) divulgou uma nova estimativa para a safra norte-americana de soja, cuja produção deverá ser de 81,9 milhões de toneladas, com queda de 1,9 milhões de tonelada em relação à estimativa do mês passado. Por outro lado, embriagado pelos reflexos da febre global em torno do uso dos biocombustíveis, o relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) sobre oferta e demanda de grãos nos mercados americano e mundial, divulgado na quarta-feira (12/07), promoveu expressivas correções nas previsões envolvendo milho e soja. As mudanças já eram esperadas, e por isso não alteraram significativamente os rumos dos preços internacionais dos dois produtos. Analistas afirmaram que as alterações estão em linha com as previsões de área plantada nos EUA divulgadas pelo próprio Usda em 30 de junho e com o comportamento do clima naquele país nesta fase de desenvolvimento das lavouras.
Estoques menores - No caso da soja, ainda o carro-chefe do agronegócio brasileiro apesar da atual crise doméstica, o USDA reduziu sua projeção para a produção mundial em 2006/07 em 0,8% em relação ao relatório de junho, para 220,18 milhões de toneladas. Para os estoques finais globais do grão, a queda foi de 7,8% na mesma comparação, para 53,01 milhões de toneladas. Os dois ajustes foram determinados por mudanças nos EUA. A produção estimada é 0,3% superior à de 2005/06, enquanto os estoques são 0,8% inferiores. Renato Sayeg, da Tetras Corretora, ressalta que os novos números do Usda também confirmam a queda da participação brasileira nas exportações globais de soja, projetadas agora em 70,63 milhões de toneladas. A fatia deverá chegar a 36%, ante 38,6% em 2005/06, quando o total chega a 65,47 milhões de toneladas.
Poucas novidades no milho - As novas previsões do Usda para o milho também não surpreenderam - ainda que, para os estoques finais americanos, esteja prevista para 2006/07 um tombo de quase 50% sobre 2005/06, para 27,35 milhões de toneladas. A projeção para a produção do país cresceu 1,8% em relação a junho, para 272,81 milhões de toneladas, mas ainda está abaixo da safra passada. As variações nos EUA se refletiram em correções na mesma linha para os números globais. "A redução dos estoques americanos é um impacto do etanol, mas o mercado já havia absorvido. No mundo, caminhamos para um dos estoques mais baixos da história", afirma Paulo Molinari, da Safras & Mercado. Na bolsa de Chicago, os contratos para setembro subiram 4,25 centavos de dólar por bushel e alcançaram US$ 4,1450.