SOJA II: Mercado futuro é saída para sojicultor
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A antecipação de contratos de venda para a soja no mercado futuro pode ser uma alternativa para que os sojicultores escapem dos baixos preços da commoditie já projetados para o próximo ano. A cotação da cultura é diretamente influenciada pela safra americana - cuja área de plantio aumentou 4% - e caminha com desenvolvimento estável. Por isso, a tendência é que no próximo ano, ao final da safra brasileira, a cotação esteja variando entre os US$ 5,50 e US$ 6 o bushel (27,22 quilos). ''A boa safra dos Estados Unidos não vai sustentar o preço de US$ 6'', afirma Emerson Wohemberg, analista de mercado do Instituto FNP, empresa privada de análises do agronegócio. Por isso, a aposta pode recair sobre o mercado futuro, que já está fechando contratos para abril do próximo ano por US$ 13,88 a saca; para maio de 2007 as negociações estão em US$ 6,40 o bushel. Para esse período, a estimativa é que a cotação do dólar varie entre R$ 2,30 e R$ 2,40. Esse preço já garantiria uma margem de lucro aos sojicultores.
Viabilidade - No entanto, esse panorama é viável, principalmente, para os produtores do Paraná e do Rio Grande do Sul, devido à facilidade da logística para escoamento da safra. Já os sojicultores da Região Centro-Oeste podem ter outro ano complicado devido aos altos custos de produção, encarecido, principalmente, pelo frete e pela maior incidência da ferrugem asiática nas plantações. ''A cotação da soja a US$ 12 a saca está dentro da média histórica, o que está prejudicando o preço é o câmbio desfavorável'', comenta Fábio Meneghin, consultor da AgroConsulte, empresa privada de análises do agronegócio.
Estoques - Além da variável da safra americana, outro fator que deve manter o preço baixo são os altos estoques mundiais. Isso é proporcionado pela boa produção da oleaginosa, principalmente, nos Estados Unidos que, neste ano, devem ter uma produção superior aos 80 milhões de toneladas pela terceira safra consecutiva. Para este ano, a estimativa é de uma produção de 82 milhões de toneladas. Apesar da estiagem, a safra brasileira foi de 54 milhões de toneladas da oleaginosa, enquanto a produção argentina foi de 41 milhões de toneladas. ''Está havendo um aumento no consumo mundial, de 3% ao ano, mas com as boas safras os estoques continuam altos e, por isso, não há sinal de um aumento de preços'', diz Emerson Wohemberg.
Redução - O endividamento dos produtores rurais somado ao baixo preço da soja devem contribuir para uma redução da área plantada na próxima safra. A estimativa do Instituto FNP é que o plantio seja 6% menor do que o registrado na safra anterior. No entanto, mesmo com uma área menor, a produção deve saltar para 55 milhões de toneladas, devido ao aumento da produtividade alcançado pelos produtores brasileiros. No Paraná, já houve uma redução de 5,8% na área plantada no ano passado, comparando com 2004. Em 2006, a produção foi 2,3% menor do que a registrada em 2005. O resultado foi alcançado porque a produtividade saltou de 2,3 mil quilos por hectare na safra 2004/05 para 2,4 mil quilos por hectare nos anos 2005/06. (Folha de Londrina)