TRABALHO: PR busca solução para falta de mão-de-obra

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A falta de mão-de-obra na agroindústria paranaense ainda não está inviabilizando novos projetos no setor, mas está obrigando as cooperativas a exercitarem sua criatividade para evitar a alta rotatividade entre empregados de chão de fábrica. Ontem, representantes das cooperativas paranaenses, a C. Vale, Cocamar e a Frimesa se reuniram na sede da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar) para discutir soluções para a situação que vem se agravando desde o ano passado, quando a produção do agronegócio paranaense começou a dar saltos.

Vagas em aberto - "O modelo agroindustrial do Paraná é bastante descentralizado e será preciso divulgar que as oportunidades estão no campo para inverter o fluxo migratório e atrair pessoas das grandes cidades", diz Leonardo Boesche, gerente de Desenvolvimento Humano do Sescoop-PR, o sistema de treinamento de RH do setor no estado. Segundo ele, para cada 1 mil oportunidades geradas hoje no interior, cerca de 300 estão em aberto, aguardando candidatos. "Os programas sociais do governo estão ajudando a piorar o quadro porque muitos empregados preferem viver do Bolsa Família, do Seguro Desemprego e de um bico aqui e acolá a trabalhar em emprego fixo numa indústria", explica o gerente do Sescoop.

Empregos gerados - As cooperativas paranaenses empregam mais de 50 mil pessoas e 70% desse contingente está na área do agronegócio. "O nosso maior problema é a fixação local do tipo de funcionário que, por exemplo, faz o corte da asinha do frango. Estamos sugerindo a criação de programas como cursos de informática para seus filhos que só valem se ele continuar empregado e outros programas sociais, mas há cooperativas como a Copacol, de Cafelândia, que está investindo seus próprios recursos na construção de casas populares para manter seu quadro de pessoal dentro das suas necessidades. A verdade é que o setor vai ter de aplicar muito neste tipo de assistência social para não ter de cometer o absurdo de buscar pessoas a centenas de quilômetros de distância da fábrica", diz ele.

Fórum - As cooperativas paranaenses são responsáveis por 55% do PIB agrícola paranaense estimado em mais de R$ 30 bilhões, mas o setor reconhece que há falta de idéias para superar o problema: "estamos organizando nesta semana um grupo técnico operacional de Recursos Humanos para criar um fórum que envolva todos os gerentes de áreas industriais do setor para discutir medidas que reduzam a rotatividade", concluiu Boesche. (Gazeta Mercantil)

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