TRANSGÊNICOS: Redução de até 20% no uso de defensivos

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O avanço do plantio de lavouras transgênicas no Brasil poderia reduzir em 20% as vendas de agroquímicos, que devem atingir R$ 8 bilhões em 2006. Isso aconteceria porque, com o amadurecimento do mercado de organismos geneticamente modificados (OGM), o agricultor utilizaria menos defensivos no campo, disse Cristiano Simon, presidente da Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef). Somente no caso da soja transgênica, as vendas de herbicidas, que são de US$ 330 milhões no Brasil, poderiam encolher 70%, diz ele. "Quando o plantio de soja resistente a herbicidas atingir 65% da área total, a indústria de defensivos deixará de vender o equivalente a US$ 231 milhões." Hoje, o plantio de soja geneticamente modificada é de cerca de 20% da área cultivada no Brasil.

Agroquímicos - O agricultor que planta soja tolerante a herbicidas, ou soja RR, substitui a utilização dos herbicidas pelo glifosato. A indústria de defensivos, diz Simon, aposta que a expansão da área de cultivo de grãos irá ajudar a compensar o menor uso de agroquímicos por hectare. "A área de grãos pode tranqüilamente dobrar de tamanho no Brasil, o que por si só garante a rentabilidade do setor. Além disso, muitas das empresas que fabricam defensivos são também fabricantes de sementes. Dessa forma, a receita delas é apenas transferida de um segmento para outro", disse Simon, que participou do 4o Congresso Brasileiro de Soja, promovido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Soja). Para Simon, o crescimento das vendas de fungicidas contra a ferrugem asiática da soja não pode ser apontado como fator de compensação para retração do faturamento geral do setor. "É verdade que as vendas de fungicidas para ferrugem estão crescendo, enquanto o avanço dos transgênicos tende a diminuir as vendas de herbicidas ou inseticidas. Mas não vejo como um fator pode compensar o outro", disse. Os números, no entanto, parecem mostrar a existência de uma correlação. Enquanto o faturamento da indústria deve encolher 5,8%, para R$ 8 bilhões em 2006, as vendas de produtos contra a ferrugem aumentaram 25%, para R$ 2,3 bilhões (US$ 1 bilhão) na safra 2005/06. Ou seja, hoje os produtos contra o fungo representam 30% do mercado de agroquímicos no Brasil. (Gazeta Mercantil).  

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