TRIGO: Ameaça aos triticultores brasileiros
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O governo brasileiro planeja eliminar, em agosto próximo, a Tarifa Externa Comum (TEC) de 10% que incide sobre as importações de trigo de fora do Mercosul, para tentar reagir à restrição da oferta do cereal por parte da Argentina, o principal fornecedor do país. Mais de 50% do trigo que o Brasil consome é importado. O país tem um estoque significativo, mas o sinal amarelo se acendeu em virtude da nova conjuntura. De um lado, a Argentina desestimula as exportações. De outro, a produção brasileira sofrerá redução de 1 milhão de toneladas por conta do clima. A precaução aumentou depois que os exportadores argentinos decidiram auto-regular a oferta de trigo e o governo da Argentina elevou o valor da pauta de exportação do produto, de US$ 156 para US$ 182 por tonelada. Com a mudança, o imposto de 20% sobre as exportações (que incide sobre todos os grãos) passa a incidir sobre o novo valor (independentemente do preço de venda), o que significa um aumento dos custos.
Repercussão - Conforme a Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo), essa medida fez o preço do trigo cair no mercado interno argentino, enquanto o preço do cereal para exportação disparou. Por isso, recorreu ao governo para adotar medidas de urgência. Isso porque se a Argentina restringir mais suas vendas, aumentará a pressão sobre os preços do produto no mercado internacional, com impacto sobre o Brasil. O país terá de pagar mais para importar o produto do Canadá e dos Estados Unidos, já que compras de países fora do Mercosul são submetidas à alíquota de 10%.