TRIGO I: BB libera R$ 190 mi em EGF para comercialização
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O Banco do Brasil anunciou na quarta-feira (17/09) a liberação de R$ 190 milhões para as operações de Empréstimo do Governo Federal (EGF). Uma outra parcela de R$ 20 milhões já havia sido liberada anteriormente. Com o valor total de R$ 210 milhões, o banco acredita que será possível apoiar a comercialização de 450 mil toneladas de trigo. Os interessados no financiamento por meio do EGF terão prazo de 180 dias para pagamento e juros de 6,75% ao ano. O limite de contratação é de R$ 400 mil por produtor, ou R$ 10 milhões por cooperativa ou agroindústria.
Pleito foi atendido - A liberação dos recursos faz parte do pacote de medidas anunciado recentemente pelo governo que prevê a destinação de R$ 450 milhões do orçamento das operações de crédito para medidas de apoio à comercialização da safra de trigo 2008/2009, atendendo ao pleito das entidades que representam o setor produtivo, entre as quais, a OCB, Sistema Ocepar, Faep e Fecoagro, e também da Secretaria Estadual da Agricultura do Paraná, que solicitaram apoio do governo para comercialização do trigo. "O pedido foi feito porque com a redução das cotações internacionais do produto, os preços recebidos pelos triticultores estavam em queda", lembra o presidente do Sistema Ocepar, João Paulo Koslovski.
Destinação dos recursos - Segundo o gerente Técnico e Econômico do Sistema Ocepar, Flávio Turra, a expectativa é que a maior parte dos recursos liberados pelo Banco do Brasil venha para o Paraná. "O estado é o maior produtor do Brasil, além disso a colheita já iniciou por aqui. No Rio Grande do Sul, que é o segundo maior produtor nacional, a colheita inicia em outubro", diz Turra. A área cultivada de trigo no Paraná na safra 2008/2009 foi de 1,1 milhão de hectares, que correspondeu a uma expansão de 35,8%. A produção deverá alcançar 2,8 milhões de toneladas, um aumento de 49% em relação à safra passada.
Demanda - De acordo com o Turra, os recursos do BB ainda não atendem totalmente a demanda do Paraná, mas já são suficientes para apoiar a comercialização neste início de colheita. "Pelos estudos que a Ocepar fez, a demanda somente das cooperativas do estado é de R$ 250 milhões", conta.
25% da safra nacional - O vice-presidente de Agronegócios do Banco do Brasil, Luis Carlos Guedes Pinto, disse que a liberação de recursos para EGF, o lançamento de contratos de opção e os leilões de Aquisição do Governo Federal (AGF) permitirão o apoio à comercialização de 900 mil toneladas de trigo, o que representa 25% da safra nacional. Os leilões de opção para o trigo e o AGF já tinham sido anunciados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). "A intenção do governo é dar sustentação aos preços. Se for preciso, o banco vai liberar mais recursos para EGF em outubro", disse Guedes. A liberação anunciada hoje vale para todos os Estados produtores e a origem dos recursos serão as exigibilidades bancárias, que prevêem a aplicação de 25% dos depósitos à vista no setor agrícola.
Preços - Guedes disse que o governo quer evitar que os preços de mercado do trigo fiquem abaixo dos mínimos de garantia, que oscilam entre R$ 400 e R$ 450 por tonelada. No Rio Grande do Sul, o trigo, segundo Guedes, tem sido vendido por cerca de R$ 470 por tonelada e no Paraná, por R$ 490 a R$ 500 por tonelada. Por conta da elevação dos preços no mercado externos e a decisão da Argentina de limitar as exportações para garantir o abastecimento no mercado local, a tonelada de trigo no Brasil chegou a ser vendida por R$ 600.
Comercialização - Na última terça-feira (16/09) foi realizada uma reunião com as cooperativas do Paraná com o objetivo de avaliar o andamento da comercialização de trigo. Segundo levantamento realizado pela Ocepar, a colheita já atinge 50% da área cultivada no estado, ou seja, 1,5 milhão de tonelada do trigo já foi colhido. "A produção já está nos armazéns, porém o interesse de compra pelos moageiros é baixo", revela Turra. Segundo ele, com o apoio governamental na comercialização, via liberação de recursos para EGF, AGF e leilões de contrato de opções, o mercado deve evoluir e com isso produtores poderão comercializar a safra. (Com informações Agência Estado)