TRIGO I: Governo deve reajustar preço mínimo em 15%
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Para estimular o plantio da variedade de trigo melhorador (usado em misturas), o governo deve reajustar o preço mínimo de garantia dessa variedade em 15%. Com o reajuste, o preço mínimo passará de R$ 480/tonelada para R$ 550/t na Região Sul e de R$ 537/t para R$ 610/t no Centro-Oeste. O reajuste será confirmado na próxima reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), que deve ocorrer na quinta-feira da semana que vem.
Brando - No caso do trigo tipo brando, destinado à fabricação de biscoitos, o preço mínimo poderá ser reajustado em cerca de 5%, para R$ 440/t no Sul e R$ 490/t no Centro-Oeste. Para a variedade pão (usado na panificação), o preço mínimo passará de R$ 480/t para R$ 530/t na Região Sul, com reajuste de cerca de 10%. No Centro-Oeste, o valor passará de R$ 537/t para R$ 590/t.
Boa opção - Para o superintendente adjunto da Ocepar, Nelson Costa é preciso melhorar o preço pago aos produtores, afinal, já existe interesse por parte dos triticultores paranaenses em aumentar a área planta neste ano. "A expectativa é que haverá, no mínimo, um aumento de 10% da área plantada no Paraná, porque o trigo ainda é uma boa opção de renda aos produtores, especialmente nas regiões mais frias", lembrou.
Impacto - Uma primeira avaliação do impacto do reajuste do mínimo de garantia será conhecida em maio, quando a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgará dados mais precisos sobre o plantio das lavouras de inverno. Os produtores de Goiás já perceberam o potencial do cultivo de trigo e pediram ao governo medidas de incentivos à produção. O consumo local é de 400 mil t e a produção é de apenas 50 mil t.
Importação - Mais uma vez, a indústria brasileira terá de recorrer a países de fora do Mercosul para evitar desabastecimento de trigo, sinalizou ontem o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Ivan Ramalho. Segundo ele, o assunto é examinado pela Camex (Câmara de Comércio Exterior), depois que a Argentina - principal fornecedor do Brasil - relatou problemas com a estiagem, que podem levar à quebra de safra.
Argentina - A menção ao problema com o trigo ocorreu na véspera do encontro entre Lula e Cristina Kirchner, nesta sexta-feira (20), em São Paulo. Recentemente, a Argentina adotou medidas protecionistas contra o Brasil, o que gerou forte reação do empresariado. Ontem, Ramalho confirmou que, no dia 25, empresários brasileiros e argentinos dos setores calçadista, têxtil e confecções, motocicletas, autopeças, móveis, trigo (e farinha de trigo) e vinho se reunião em Buenos Aires para discutir alternativas aos problemas comerciais. (Com informações da Agência Estado)