TRIGO: Moinhos enfrentam queda da safra brasileira de trigo

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Os moinhos do Brasil, que atualmente enfrentam preços mais altos para importar o trigo da Argentina, devem ter desafio adicional em 2006, com previsões de queda brusca na colheita brasileira. Ontem (30/05), o Paraná, maior produtor brasileiro, anunciou previsão de queda de 22,3% na área plantada, para 992,1 mil hectares. O Rio Grande do Sul divulgou na sexta-feira projeção de redução de 17,9% no plantio, para 693 mil hectares.Na safra passada, os dois Estados registraram colheita somada de 4,36 milhões de toneladas (90% da safra brasileira). Paranaenses e gaúchos devem colher este ano 3,42 milhões de toneladas, 21,5% a menos que em 2005. "O Brasil terá de importar mais trigo", disse Roland Guth, da Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo). Recentemente, a Abitrigo anunciou que planeja comprar até 1 milhão de toneladas fora da Argentina, mas nenhum negócio com outros fornecedores foi registrado. Corretores dizem que os preços argentinos continuam mais atraentes, apesar da alta de US$ 8 na última semana. Atualmente, os preços FOB nos portos da Argentina estão em US$ 160 por tonelada. Embora o governo argentino tenha aumentado para US$ 182 a base de cálculo do imposto de venda externa do trigo, há um bom volume de registros de exportação anteriores à mudança tarifária."Até US$ 170 FOB na Argentina, não compensa buscar em outras origens. A partir daí, começa a valer a pena para os moinhos do Norte e Nordeste", disse um corretor. Corretores relatam que antes de a Abitrigo anunciar intenção de comprar fora da Argentina, um moinho do Nordeste fechou compra de 50 mil toneladas do cereal canadense. Guth destacou que os moinhos brasileiros também enfrentam concorrência desleal da pré-mistura argentina, cujo imposto de exportação é 5%, enquanto o do grão e da farinha é de 20%. (Gazeta Mercantil)

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