TRIGO: Reunião debate zoneamento agrícola

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Representantes de cooperativas paranaenses, da Embrapa Trigo, Secretaria de Agricultura, Faep e entidades veiculadas à cadeia tritícola do Paraná estão reunidas na sede do Sistema Ocepar, em Curitiba, nesta quarta-feira (16/06), para discutir sobre o zoneamento agrícola para cultura do trigo. Participam desta reunião o coordenador geral de zoneamento do Ministério da Agricultura, Gustavo Bracale, e o consultor Wilian da Silva Ricce, da Agroconsult. O setor produtivo está preocupado quanto à publicação da Retificação nº 21, de 19 de abril de 2010, do Zoneamento Agrícola para a cultura de trigo. Esta retificação posterga por até 20 dias o plantio do trigo em grande parte dos municípios produtores de trigo do Paraná. Além disso, a sua publicação aconteceu quando os produtores já haviam iniciado o plantio em diversas regiões, o que pode gerar restrições ao acesso ao crédito e ao enquadramento no zoneamento agrícola. Se, por um lado, o atraso no plantio pode minimizar perdas por geadas, por outro, pode agravar mais a possibilidade de perdas por chuvas excessivas na maturação/colheita. No entanto, entendemos que, em ambos os casos, os riscos de perdas estão dentro dos limites admitidos no zoneamento da cultura para o Estado. Para que esses produtores não sejam prejudicados em caso de frustração de safras, solicitamos que o Ministério da Agricultura considere legais para a safra de trigo 2010, os plantios baseados nas épocas preconizadas tanto pela Portaria nº 79 quanto pela Retificação nº 21 sob pena de desamparar inúmeras lavouras do seguro rural ou do Proagro que haviam sido plantadas ao abrigo da portaria anterior.

Gargalos - Durante a abertura, o superintendente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, ressaltou a importância da cultura de trigo, não só como opção para os agricultores nos meses de frio mas, especialmente, para o abastecimento da população. "Num passado recente fomos autossuficientes em trigo no Brasil e, por razões de logística e políticas de garantia aos produtores, atividade de alto risco devido ao clima, o setor produtivo ficou desestimulado a produzir trigo". Ricken também ressaltou que outro fator tem sido decisivo neste processo: "o fato dos produtores estarem impedidos de enviar trigo através de navios estrangeiros que aportam em Paranaguá e que tenham como destino a região Nordeste e Norte do País é outro gargalo, pois enviar trigo para lá estas regiões por caminhão é inviável, não conseguimos competir com o trigo de fora. Precisamos mudar esta fatídica lei da Cabotagem no Brasil", frisou. Segundo Ricken é preciso mudar este cenário desfavorável para que o Brasil não fique à mercê do mercado internacional para poder abastecer sua população. "Trigo é um alimento fundamental e temos tecnologia e vontade dos produtores para voltarmos a ser os maiores produtores deste cereal, basta apenas vontade política das nossas autoridades".

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