TRIGO: Reunião pode definir acordo entre Brasil e Argentina

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O presidente da Associação Brasileira da Indústria do Trigo – Abitrigo – Samuel Hosken, estará em Buenos Aires, Argentina, nos dias 12 e 13 de fevereiro, a convite do Secretário Executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Ivan Ramalho, para acompanhar as negociações bilaterais entre Brasil e Argentina sobre as exportações subsidiadas de farinha de trigo ao Brasil. “Queremos demonstrar o descabimento dos subsídios concedidos pelo governo argentino e o crescimento das exportações de farinhas de trigo ao Brasil, o que vem prejudicando toda a cadeia produtiva do setor brasileiro, especialmente os produtores de trigo e os moinhos”, afirma Hosken.
 
Pré-mistura - No início de janeiro, o Governo Argentino reduziu de 10% para 5% o imposto de exportação para pré-mistura de farinha de trigo, ferindo, mais uma vez, as regras do Mercosul e causando forte impacto na cadeia produtiva do Brasil. “Soma-se a esta situação, o fato que o moinho argentino paga apenas US$120 por tonelada de trigo, enquanto o preço para exportação do mesmo trigo ao Brasil é de US$190/ton. Desta forma, 160 mil produtores de trigo brasileiros não têm a remota possibilidade de competir com o trigo subsidiado argentino. Para a indústria brasileira só resta fechar as portas, importar farinha subsidiada da Argentina e ser um mero ‘distribuidor’ do produto argentino na Brasil”, ressalta Hosken. Esta medida despertou a indignação do setor moageiro brasileiro. No dia 24 de janeiro, a Abitrigo e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento criaram uma Comissão para elaborar um estudo sobre as políticas do Governo da Argentina para aumentar as exportações via subsídio ao trigo para os moinhos locais e estímulos tributários para as farinhas e pré-misturas de farinha de trigo. Esta comissão ficou responsável para realizar um estudo sobre a decisão do governo argentino e de como isso afetará toda cadeia produtiva brasileira. Em seguida, encaminhará para a Casa Civil e para o Itamaraty para posterior entendimento entre os dois governos.
 
Impactos - Durante o encontro realizado em Brasília, a Abitrigo apresentou um documento mostrando alguns números sobre os impactos da decisão da Argentina para a cadeia produtiva no Brasil. O primeiro deles é que o produtor nacional competirá com o trigo de US$ 120,00/ton na forma de farinha, enquanto no mercado nacional o preço do trigo fica em torno de R$ 480,00/ton (US$ 223,00/ton). Com isso, a tendência é que os moinhos deixem de ser indústria e passem a ser meros importadores e distribuidores de farinha argentina.

Ocepar – No dia 29/01, por solicitação da Abitrigo, foi realizada na sede da Ocepar uma reunião para discutir o subsidio a farinha de trigo Argentina, bem como, a redução na tarifa de exportação da pré-mistura de trigo. Participaram 16 pessoas, entre representantes da Ocepar (superintendência e área técnica), Federação da Agricultura do Paraná (Faep), Abitrigo, moageiras e cooperativas, entre elas a Coamo, Cotriguaçu e da Agrária. A indústria do trigo está preocupada com a entrada do produto argentino no país, devido redução da tarifa de exportação da pré-mistura de farinha de trigo de 10% para 5%, instituída pelo governo argentino, bem como os preços subsidiados do cereal naquele país. Segundo Samuel Hosken, naquela reunião chegou-se à conclusão que era necessária a ação conjunta e ativa dos segmentos produtivo e industrial. “Temos que encontrar mecanismos legais para contestar e interromper essa concorrência desleal da Argentina”, disse, após o final da reunião. (Com informações da Abtrigo)

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