USDA I: Novo relatório acentua vantagens da soja

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O relatório de oferta e demanda de soja e milho divulgado nesta quarta-feira (12/08) pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, o USDA, acentuou a tendência de o produtor brasileiro se concentrar na oleaginosa e reduzir substancialmente o cultivo do cereal. Os preços internos se mantiveram na relação de 2,9 (uma saca de soja vale 2,9 sacas de milho) no Paraná. Esse índice só favorece o cereal quando cai abaixo de 2.

"A surpresa foi que os Estados Unidos mantiveram as áreas de milho e soja na comparação com o relatório de julho", resume o analista Steve Cachia, da Cerealpar. São extensões equivalentes a 31,4 milhões de hectares para o milho e 35,2 para a soja.

Produtividade - Já em relação à produtividade, a previsão mudou neste mês. Estima-se que sejam colhidas uma saca de soja a menos e seis sacas de milho a mais por hectare. Esses dados, sem alteração significativa nas áreas de plantio, fortaleceram a opção pela soja no Brasil, segundo os analistas.

Média - "Eles vão chegar a uma média de 10 toneladas de milho por hectare. Aqui no Brasil só os melhores produtores alcançam isso", compara Robson Mafioletti, analista da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar). Em sua avaliação, o reflexo do relatório do USDA foi fraco. Nesta quarta-feira , as cotações da soja em Chicago passaram o dia em baixa, mas depois se recuperaram. As do milho subiram um pouco mais, mas sem grandes mudanças. Como parte das informações do relatório foi antecipada, houve precificação no dia anterior, com leve alta para a soja. O quadro pode ter amortecido o reflexo nas cotações no Brasil.

Produção EUA - A produção de milho norte-americana pode chegar a 324,14 milhões de toneladas, 3,8% acima do previsto um mês atrás e 5% a mais que em 2008. A previsão para a soja são 87,06 milhões de toneladas, com queda entre 1% e 3% sobre os números de julho, mas produção 8% maior que a do ano passado. Os preços relativamente estáveis mostram que o mercado aposta numa demanda maior pela soja na comparação com o milho.

Ajustes - Como as cotações nesta fase do ano oscilam a cada nova avaliação de fatores climáticos - mercado de clima -, ainda é tempo de ajustes, observa Cachia. Ele considera que os produtores do Paraná já têm seus planos desenhados. "Sempre tem uma margem de 10% a 15% que pode ser jogada para um lado ou para o outro", acrescenta. (Gazeta do Povo)

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