VAREJO II: Supermercados devem crescer 10% em 2010

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Otimista, o setor de supermercados do Paraná espera fechar o ano com um crescimento de 10%, o dobro do registrado em 2009. A projeção é baseada nos resultados do primeiro bimestre, que mostram uma aceleração das vendas. Segundo o novo índice de vendas da Associação Paranaense de Supermercados (Apras), em 2009 o crescimento real (em que é descontada a inflação do período) na região metropolitana de Curitiba foi de 5,5% (ou 10% nominais), enquanto no primeiro bimestre deste ano o porcentual subiu para 6,6% (ou 11,8% nominais).

Bons números - O presidente da Apras, Pedro Joanir Zonta, argumenta que o ritmo de crescimento de 10% pode ser atingido porque o setor registrou bons números mesmo com a crise econômica, o que mostra uma demanda robusta, impulsionada pela melhora no mercado de trabalho. "Este ano devemos crescer ainda mais do que em 2009. A criação de empregos no Paraná continua indo bem, e estamos tendo um crescimento considerável no salário mínimo regional. São dois fatores que injetam dinheiro diretamente no varejo e em curto prazo", disse.

Responsáveis - Os principais responsáveis pelos indicadores positivos no bimestre foram o desempenho nos produtos perecíveis (frescos), que respondem por cerca de um terço (33%) do faturamento total do setor, e no de eletrônicos, de aproximadamente 11% do total. O novo índice, feito pela Nielsen Brasil e apresentado ontem na Mercosuper, feira que reúne o setor supermercadista do Paraná, vai apresentar mensalmente os números de vendas no estado.

Novos mercados - O diretor de atendimento ao varejo da Nielsen Brasil, João Carlos Lazzarini, destaca que o crescimento do setor supermercadista deve muito da sua expansão à classe C. De acordo com ele, em 2009 as vendas dos supermercados cresceram 3% em volume, sendo que 60% dessa expansão foi alavancada pelas famílias da classe média.  "Este ano devemos crescer ainda mais do que em 2009. A criação de empregos no Paraná continua indo bem, e estamos tendo um crescimento considerável no salário mínimo regional. São dois fatores que injetam dinheiro diretamente no varejo." Pedro Joanir Zonta, presidente da Apras.

Gestão - Ele comenta que o aumento constante do salário mínimo e o consequente incremento do poder de compra das pessoas mudou bastante a gestão dos supermercados. No início, os diferenciais dos varejistas eram qualidade e bom preço, e mais tarde o crescimento passou a ser impulsionado por produtos de mais praticidade e conveniência - como alimentos prontos.

Novos vetores - "Os novos vetores de crescimento dos supermercados agora são os produtos que chamamos de sofisticação e indulgência. São aqueles de linha premium, que estão ganhando o gosto do consumidor. Ele está começando a pensar ‘trabalhei bastante a semana toda e sábado mereço essa cervejinha premium, ou aquele chocolate especial, que são um pouco mais caros'", diz. O segmento de sabonetes líquidos e o de higienizadores bucais com branqueador de dentes são outros exemplos citados como tendências cada vez maiores no mercado brasileiro.

Relacionamento diferente - De acordo com Lazzarini, esse novo comportamento do consumidor deve trazer mudanças de gestão, com novo posicionamento das empresas e um relacionamento diferente com fornecedores. "A classe C é muito heterogênea, é composta por muitos estilos de vida. Nesse cenário, as maiores oportunidades de crescimento no setor dependem de entender e valorizar esses diferentes grupos".

Feira - A Mercosuper este ano está com mais de 160 expositores, aumento de cerca de 10% ante o evento de 2009. A estimativa da organização é fechar até R$ 500 milhões em negócios, o que seria um aumento de 25% frente aos R$ 400 milhões negociados na edição do ano passado. A feira está sendo realizada no Expotrade, em Pinhais, e termina nesta terça-feira (20/04). (Gazeta do Povo)

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