VISITA: Galassini defende mudanças no seguro agrícola

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 O presidente da Cooperativa Coamo, com sede em Campo Mourão, José Aroldo Galassini, acredita que são necessárias mudanças no seguro agrícola para o país avançar nessa questão. "Eu acho que a solução para profissionalizar a agricultura e fazer dela uma atividade sem riscos, seria o seguro agrícola", defendeu ele na última sexta-feira (15/05), em Curitiba, durante visita ao presidente do Sistema Ocepar, João Paulo Koslovski. "Só que o seguro agrícola ainda não está bem maduro porque as seguradoras estão utilizando uma produtividade muito baixa. Na soja, por exemplo, foi de 72 sacos por alqueire. Para atingir isso, tem que ser uma frustração muito grande", afirma Galassini. "Dessa forma, o seguro agrícola é algo que deve ser reestudado. As seguradoras aplicam a produtividade por propriedade, e, dentro de uma propriedade se planta em diversas épocas. Ás vezes, por três ou quatro dias, ele tem uma perda muito grande, mas, aí, o cálculo é feito pela média e aí ele não tem direito ao seguro e fica no prejuízo. Então, nós estamos nos mobilizando junto às seguradoras e ao governo no sentido de melhorar essas produtividades para que a pessoa avance até o nível de ser coberto pela produtividade média dele, não de uma região", acrescenta.

Projeto piloto - De acordo com Galassini, um projeto piloto implantado nesse ano em parceria com uma seguradora deu bons resultados, utilizando como parâmetro a média de produtividade alcançada pelos produtores individualmente em suas propriedades. "Foi uma amostrinha para a seguradora sentir. Ela autorizou a utilização desse critério e gente tem que avançar nesse sentido porque daí sim nós vamos ter um seguro agrícola", disse. Ainda segundo o presidente da Coamo, a Corretora de Seguros Via Solo e a Credi Coamo, foram responsáveis pelo repasse de 12% dos R$ 160 milhões disponibilizados para todo o Brasil para o seguro agrícola na safra 2008/2009.

Cultura - Galassini acredita que é importante criar uma cultura em relação ao seguro no setor agropecuário, como ocorre em outros segmentos, como saúde e veículos. "Hoje em dia quase não se admite ter um veículo e não ter um seguro. Mas não temos essa cultura em relação ao seguro agrícola. Então, nós temos que criar essa cultura, de maneira que o agricultor não plantasse mais sem seguro. Quando todos fizerem seguro, as certamente as taxas vão abaixar, daí eu acho que nós vamos chegar lá", complementa.

Ministros - Sobre a visita dos ministros de Assuntos Estratégico, Roberto Mangabeira Unger, e da Agricultura, Reinhold Stephanes, às cooperativas do Paraná, na semana passada, Galassini, disse que ficou surpreso e, ao mesmo tempo, feliz. "Foi a primeira vez que dois ministros visitaram as cooperativas para tratar especificamente do cooperativismo e dos problemas da área agrícola", disse. Galassini conta que na palestra ministrada na Coamo, ele teve a oportunidade de abordar questões variadas acerca da cooperativa, inclusive às ligadas à sucessão. "Falamos da nossa preocupação com a sucessão, das turmas de agricultores de 25 a 35 anos que são selecionados no meio dos 21 mil cooperados para preparar a sucessão na Coamo. São jovens agricultores que já estão assumindo as propriedades dos pais, já estão na ativa e tem alguma liderança", informa.

Crise - Na avaliação do presidente da Coamo, a crise financeira mundial ainda não atingiu o setor cooperativista. "A crise pode ser bastante drástica no setor de eletrodomésticos como geladeira e televisão, no setor de carro e tudo mais. São bens que eu posso ter ou não. Agora, nós não podemos deixar de comer. Então, a gente já sentia que a nossa crise não seria tão grande como, de fato, ela ainda não nos atingiu", afirma. De acordo com Galassini, o que realmente vem trazendo preocupação são os prejuízos que os cooperados estão acumulando devido aos problemas climáticos. "O que afetou os nossos cooperados foi a seca da lavoura de verão, que pegou na região de milho safrinha e na soja . O milho apresenta uma grande quebra em toda a região da Coamo. Dessa forma, os cooperados vão ter problemas de liquidez e nós aguardamos que o governo tome realmente algumas providências", finaliza.

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