Palestra da Polícia Militar emociona e conscientiza sobre a luta contra a violência doméstica

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No último sábado (16/08), a Associação da Primato Cooperativa Agroindustrial recebeu uma palestra que deixou marcas profundas de reflexão e conscientização. Ministrada pelo Cabo Dourado e Cabo Fernanda, integrantes da Patrulha Maria da Penha da Polícia Militar do Paraná, a atividade foi promovida pelo Comitê da Mulher Primato como parte da programação do Agosto Lilás, campanha nacional de combate à violência contra a mulher.

Mais do que informações, o encontro ofereceu acolhimento e abordou temas sensíveis, mas urgentes, que ainda fazem parte da realidade de milhares de mulheres em todo o país.

O que é violência doméstica e familiar?

No encontro, os policiais explicaram que, conforme a Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006), violência doméstica e familiar contra a mulher é qualquer ação ou omissão baseada no gênero que cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico, além de dano moral ou patrimonial. “Toda violência é grave, não apenas a violência física”, reforça Cabo Dourado.

Por que tantas mulheres permanecem em relacionamentos abusivos?

Um dos pontos mais instigantes foi a reflexão sobre os motivos que levam muitas vítimas a não romper com o ciclo da violência. Entre eles estão o medo de represálias, a dependência financeira, a culpa, a ligação afetiva com o agressor e até o conformismo.

“Não existe mulher que gosta de apanhar. O que existe é mulher humilhada demais para denunciar, machucada demais para reagir, com medo demais para acusar, pobre demais para ir embora”, destacou Cabo Fernanda, emocionando o público presente.

Desafios no campo e na cidade

Os palestrantes também trouxeram luz a um dado alarmante: o risco de uma mulher ser agredida em sua própria casa é nove vezes maior do que em qualquer outro espaço público. Esse cenário torna ainda mais urgente a mobilização da sociedade para romper o ciclo de silêncio.

Outro importante alerta foi o cenário da violência em áreas rurais, onde a distância geográfica, o isolamento e a falta de conhecimento sobre direitos dificultam ainda mais o acesso das vítimas à rede de proteção. “É preciso que toda a comunidade esteja atenta. Se você ouvir um vizinho brigando, presenciar uma agressão ou souber de alguém em situação de risco, denuncie. O silêncio é o maior aliado do agressor”, alertou o policial Cabo Dourado.

O papel da Patrulha Maria da Penha

A Patrulha Maria da Penha atua com visitas periódicas a mulheres vítimas de violência doméstica, orientando tanto as vítimas quanto, em alguns casos, os agressores, para promover segurança e reconstrução da autonomia. Em Toledo, o programa tem um diferencial: a PM acompanha mulheres sem medidas protetivas, enquanto a Guarda Municipal dá suporte àquelas que possuem medidas de urgência.

Sobre os principais desafios enfrentados pela Polícia Militar no combate à violência contra a mulher, Cabo Fernanda alerta: “A arma que mais mata as mulheres é o silêncio. Muitas vítimas chegam ao feminicídio sem nunca terem registrado uma denúncia. Por isso, nosso maior desafio é romper esse ciclo, fortalecer a rede de proteção e conscientizar a sociedade para que denuncie e acolha sem julgamento”.

Ela também deixou um recado de esperança às mulheres que sofrem violência. “Vocês não estão sozinhas. Busquem ajuda, denunciem, confiem na rede de proteção. A Patrulha Maria da Penha reafirma seu compromisso de estar ao lado das vítimas, garantindo proteção e segurança. E à sociedade, lembramos: combater a violência contra a mulher é responsabilidade de todos”.

Orientações de segurança

Em casos de violência, a orientação é clara: ligar imediatamente para o 190 ou 153. A vítima deve buscar abrigo em local seguro, evitar confronto direto com o agressor e proteger áreas vitais do corpo. Registrar boletim de ocorrência e solicitar medidas protetivas também são passos fundamentais.

A Polícia Militar reforça ainda a importância da participação de familiares, vizinhos e da comunidade. Situações suspeitas ou de risco podem ser denunciadas de forma anônima pelo 181. “Acolher, apoiar e escutar já é uma forma de ajudar. O que não podemos é julgar ou nos calar diante da violência”, enfatizou a policial.

Um compromisso coletivo

O Agosto Lilás é um movimento de mobilização que reforça a importância da denúncia e da informação como ferramentas de proteção e prevenção. Dessa forma, torna-se necessário unir informação, sensibilização e acolhimento, além de reforçar que a luta contra a violência doméstica não é apenas das mulheres, mas de toda a sociedade. (Assessoria de Imprensa Primato)

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