Banco Mundial vê Brasil como quarta potência global em futuro próximo
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O Banco Mundial enxerga o Brasil de forma positiva e classifica o país como uma das quatro grandes potências mundiais, num futuro próximo, atrás de Estados Unidos, China e Japão. A posição de destaque se deve, especialmente, à relevância na produção de alimentos. A declaração é do ex-conselheiro do FMI, executivo do Banco Mundial, professor e conferencista internacional de economia global, Mario Alejandro Weitz. Ele proferiu palestra na tarde desta quarta-feira (7/5) no fórum online Economia & Mercado, promovido pelo Sistema Ocepar, em parceria com a Esic Internacional Business School. O fórum gerou 165 links, sendo acompanhado por cerca de 300 pessoas, especialmente profissionais e lideranças das cooperativas do Paraná.
Falando sobre “Economia Mundial: Tendências e Oportunidades”, Weitz pontuou que, além de grande potência alimentar, o Brasil se diferencia por ser um dos três países da América Latina que se destaca no setor industrial e, além disso, pela perspectiva de implementar rapidamente o Tratado de Livre Comércio entre Mercosul e União Europeia. Apesar dos pontos positivos, o conferencista enumerou três problemas que afetam o Brasil e que, em sua opinião, podem prejudicar a ascensão do país: “políticos ruins, corrupção e protecionismo”.
A política de Trump
Analisando o cenário geopolítico mundial, o conferencista falou da era Donald Trump. Para ele, o presidente norte-americano é um negociador e de todas as ameaças que tem feito, a que de fato pode se concretizar é a compra da Groenlândia, território que desperta interesse por conta das reservas de petróleo e gás.
“Os primeiros meses do governo Donald Trump têm tido repercussão negativa, gerando apreensão e incerteza, mas ele não é suicida e depende dos votos”, analisa o professor, lembrando que mais de 70% da população norte-americana investe na bolsa e pode ser impactada pela política de Trump. Para Weitz, o presidente norte-americano pode não obedecer a Justiça e não confiar no Legislativo, mas está atento à economia. “A economia está pior e há duas ameaças: a inflação e a recessão. Então, ele pode mudar por conta dos rumos da economia”, acredita.
Inteligência Artificial
Mario Weitz falou também sobre a Inteligência Artificial, que, segundo ele, vai provocar uma grande revolução e mudar tudo nos próximos 30 anos e, de forma mais impactante, já nos próximo cinco anos. “A IA vai impactar empregos, salários, jornada de trabalho e educação. Vai acabar com milhões de empregos, mas vai gerar outros milhões. Conforme informou, de acordo com estimativas da Universidade de Harvard, a queda no emprego será de aproximadamente 4% nos próximos cinco anos devido a IA. “As pessoas vão trabalhar menos, não será mais necessária uma jornada de 40 horas semanais”, acredita.
Além disso, segundo destacou, na educação muitas coisas vão mudar e, especialmente, se deixará de estudar tanta teoria, priorizando a prática. Dentro dessa nova realidade, o professor disse que as profissões mais promissoras são as ligadas às engenharias, à análise de dados, à matemática e aos algoritmos.
Gestão de riscos
Durante o fórum, o diretor acadêmico e de formação executiva da Esic Internacional, Alexandre Luis Gotz Weiler, e o consultor em Estratégia Empresarial e Educação Corporativa, José Nasser, apresentaram a Universidade de Riscos, da Esic, que tem por propósito promover a formação prática e abrangente em gestão de riscos.
Parar, pensar e planejar
O presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, abriu o fórum falando sobre a importância, especialmente no momento atual, de falar sobre a economia mundial, seus riscos e oportunidades. “Num passado recente, a China era muito importante, agora isso mudou, vivemos uma outra realidade. Os riscos sempre vão existir, mas têm que ser calculados, temos que avaliar de forma detalhada para termos informações suficientes para fazer o nosso planejamento”, ponderou.
“Agora é o momento de parar, pensar e planejar. E o cooperativismo tem o planejamento em sua essência. Temos aqui um grande número de cooperativas e de cooperados que comercializam seus produtos para 150 países. Para manter essa performance temos que ser sustentáveis”, acrescentou. (Sistema Ocepar)