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Plano Safra, seguro rural e perspectivas econômicas foram as principais pautas do Fórum Financeiro 2025

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Lideranças do cooperativismo e do mercado financeiro se reuniram na sexta-feira (11/07), no auditório da Associação Comercial do Paraná (ACP), em Curitiba, para discutir sobre perspectivas e indicadores dos cenários macroeconômico brasileiro e mundial no Fórum Financeiro 2025, promovido pelo Sistema Ocepar. O panorama do cooperativismo paranaense também foi destaque na programação, com a apresentação de informações do cenário econômico-financeiro do modelo de negócio.

O presidente da ACP, Antonio Alberto Deggeroni, deu as boas-vindas aos participantes, enfatizando a relevância do G7 – grupo que reúne as sete principais entidades representativas do setor produtivo do estado – no Paraná, citando o fundador e primeiro presidente da Associação, Barão do Cerro Azul: “Nada adiantaria a iniciativa de alguns se não fosse a união de muitos”. Deggeroni falou sobre a necessidade da união de esforços, sobretudo em momentos mais desafiadores da economia. “Tem muita coisa boa no Paraná, mas sempre dá para melhorar. Esse é o nosso papel: propor caminhos e soluções”, enfatizou.

José Roberto Ricken, presidente do Sistema Ocepar, falou na sequência sobre o histórico do Fórum Financeiro, um evento já tradicional, realizado pela instituição a fim de promover uma interação mais próxima entre as cooperativas paranaenses e o sistema financeiro, com transparência e integridade. Ricken divulgou os números do cooperativismo e as perspectivas de desenvolvimento propostas pelo PRC300, o Plano Paraná Cooperativo, que estabelece 30 projetos a partir de temas estratégicos, para apoiar as cooperativas a atingirem um faturamento de R$ 300 bilhões até 2030. “Sei que o momento não é fácil. Mas é importante nos lembrarmos que há muito potencial de crescimento, com demanda por comida. Então, há muito para crescermos”, disse, com otimismo. “Hoje são 197 agroindústrias em funcionamento no Paraná, com  grandes projetos em andamento; então, queremos criar oportunidades para termos grandes negócios juntos”, frisou, dirigindo-se aos agentes financeiros.

“Temos dois pontos estratégicos para as cooperativas da agropecuária no Paraná: armazenagem e agroindustrialização. Vamos precisar de alternativas ao Plano Safra 2025/2026 e esse é um dos temas hoje aqui com vocês e com Vaz”, afirmou Luiz Roberto Baggio, secretário geral da Ocepar, referindo-se ao secretário adjunto de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Wilson Vaz, presente no evento.

A afirmação de Baggio foi reforçada pelo gerente de Monitoramento e Consultoria do Sistema Ocepar, João Gogola Neto, que enfatizou que a atual necessidade de investimento das cooperativas neste ciclo está atrelada à agregação de valor. “Assim como todos os setores produtivos no Brasil, as cooperativas terão um  estreitamento de margem, sobretudo por conta do custo financeiro. Ainda assim, temos um cenário que revela uma tendência positiva”, afirmou, ao apresentar indicadores. Neto concluiu, compartilhando o questionamento: “Nosso desafio, neste momento, é entender que outras formas poderemos encontrar para aprovisionar recursos para seguirmos fomentando o desenvolvimento de nossas cooperativas”.

O secretário adjunto de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Wilson Vaz, apresentou os números do Plano Safra 2025/2026 e compartilhou os desafios para a composição da estratégia. Segundo o secretário, o Plano foi construído com a contribuição do setor, que participou desta construção respondendo a uma pesquisa. Ele foi enfático ao falar sobre o Seguro Rural – que teve corte de R$ 445,1 milhões neste ano, sem uma proposta alternativa de subvenção durante o anúncio do Plano Safra 2025/2026. “Sei que há muita expectativa e certa frustração. Mas infelizmente não conseguimos avançar. Nossa proposta passava pela obrigatoriedade de vincular o crédito equalizado à contratação de uma apólice de seguro. Mas não transitou, nem por parte das seguradoras nem por parte dos produtores de baixo risco, que não concordaram em ter um seguro obrigatório”, contou. (leia entrevista exclusiva com Vaz nesta edição do Paraná Cooperativo)

O evento teve como palestrante o especialista em Macroeconomia, Finanças, Riscos e Regulação e ex-secretário de Defesa, Segurança e Planejamento no Governo Federal, Flávio Basílio. Ele fez uma retrospectiva do cenário econômico mundial pós-pandemia e afirmou que o crescimento está menor e deve permanecer na agenda desta forma, baseado pelo protecionismo. Basílio visitou indicadores de países da Europa, também dos Estados Unidos, da China e do Brasil e destacou a necessidade de reajuste fiscal para o equilíbrio da economia no país, com projeção de uma taxa Selic a 12,5% nos próximos dois anos. “O Brasil deverá conseguir fechar as contas em 2025, mas para 2026, as estatísticas demonstram um cenário de preocupação. Será necessária uma movimentação do governo, com cortes nos juros, para que as contas fechem e a meta seja atingida”, alertou.

Apresentações

Clique nos links abaixo para conferir as apresentações do Fórum Financeiro 2025, em arquivo PDF.

- Cenário do cooperativismo paranaense - João Gogola

- Plano Safra - Wilson Vaz

- Cenário macroeconômico brasileiro e mundial - Flávio Basílio 

FOTOS: Júlia Duda / Assessoria de Comunicação Sistema Ocepar

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