Fórum de Aprendizagem do Sistema Ocepar esclarece dúvidas sobre Programa Jovem Aprendiz
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O Sistema Ocepar, por meio do Sescoop/PR, realizou, na manhã desta quarta-feira (24/09), o II Fórum de Aprendizagem – Aprendiz Cooperativo. O evento reuniu cerca de 70 participantes, principalmente profissionais das áreas de Recursos Humanos das cooperativas paranaenses e representantes das instituições educadoras parceiras. O objetivo foi apresentar os detalhes do Programa Jovem Aprendiz e esclarecer dúvidas, especialmente sobre questões legais.
O evento foi aberto pelo superintendente do Sescoop/PR, José Ronkoski, que destacou a importância da iniciativa. “Estes jovens estão sendo formados para que tenham um futuro melhor. Dentro do programa Jovem Aprendiz, o mais difícil é o atendimento à lei. Por isso, a participação nesse fórum é tão importante, buscando esclarecer e apoiar as cooperativas", reforçou.
“Para nós, o Jovem Aprendiz é mais que um programa de aprendizagem, é um programa de inclusão”, destacou o gerente de Desenvolvimento Humano do Sistema Ocepar, Leandro Macioki. Ele lembrou que as cooperativas do Paraná têm 10 mil vagas de emprego em aberto e a formação dos jovens está diretamente alinhada ao preenchimento dessas vagas. “Além de ser de caráter obrigatório, o Jovem Aprendiz pode ser visto como um meio de dar sustentabilidade para a questão da empregabilidade das cooperativas”.
Participou também do evento, representando a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), a analista de desenvolvimento de cooperativas do Sescoop Nacional, Rosana Siqueira. Ela elogiou a iniciativa e pediu para compartilhar o conteúdo com os demais estados. “Esse evento é um exemplo a ser seguido por todos os estados, as cooperativas precisam estar cientes de todas as legislações e atualizações, bem como de todos os riscos que envolvem a atividade”, destacou.
A coordenadora de cooperativismo do Sescoop/PR, Eliane Lourenço Goulart Festa, conduziu o evento. Ela informou que atualmente o Jovem Aprendiz atende a quase 7 mil alunos de 10 instituições de ensino que estão participando do programa em 45 cooperativas paranaenses.
Do ideal ao real
“Do ideal ao Real” foi o tema da palestra de Luciane Gonçalves, pedagoga, mestranda em gestão de cooperativas e analista técnica do Sescoop/PR, com experiência de mais de 20 anos na área. Ela destacou os pontos de atenção na execução do programa como a formalização contratual, a escolha da instituição formadora, a vigência do contrato, a jornada específica, a idade do jovem, entre outros pontos. A palestrante esclareceu que a cota legal em relação ao programa é possível verificar pelo CNPJ da cooperativa e, segundo ela, o programa deve ser visto não apenas como um ato legal, mas um ato educativo.
“O processo de seleção tem que ser claro e transparente e ser de conhecimento de todas as partes envolvidas. A formalização do contrato é fundamental. As cooperativas têm que verificar se consta do contrato de aprendizagem, as datas inicial e final. E essas precisam coincidir com a vigência do curso. O contrato também tem que trazer a remuneração pactuada, a jornada diária e o local das atividades, entre outras informações. Além disso, o plano de atividades precisa constar como anexo ao contrato”, pontuou.
A palestrante também ressaltou a importância da escolha da instituição formadora, que precisa atender uma série de exigências, entre elas ter equipe multidisciplinar, fazer o acompanhamento do jovem aprendiz e sua avaliação mediante registro documental. Luciane esclareceu que o programa Jovem Aprendiz estabelece como prioridade legal a contratação de jovens entre 14 e 18 anos. “Mas, há exceções. Não sendo possível, especialmente nos casos em que determinada atividade são privativas para maiores de idade, o programa pode contemplar também jovens de até 24 anos incompletos”, esclareceu. Ela acrescentou que é importante ter claro que o jovem aprendiz é um empregado da cooperativa, mas numa condição especial. E orientou os participantes a sempre buscarem o assessoramento de suas equipes jurídicas para que todos os preceitos legais sejam seguidos.
Vínculos
O Fórum e Aprendizagem teve também como palestrante o professor universitário, Alex Weymer. Ex-gerente de Recursos Humanos do Grupo Marista, Weymer tem doutorado, mestrado e especialização na área de gestão e, no momento, cursa pós-doutorado em administração no Canadá. O tema da palestra foi “Profissionais e Aprendizes - Formação de Vínculos Duradouros”.
Segundo ele, o programa Jovem Aprendiz tem tido como resultados o aumento da empregabilidade e a melhoria de resultados financeiros por conta do comprometimento das pessoas. “O cuidado, o zelo, o acolhimento em relação a esses jovens e o seu acompanhamento contínuo podem fazer dele um cooperado ou um empregado no futuro”. Ele chamou a atenção também para os cuidados necessários na condução do programa. “Um caso de assédio, especialmente relacionado a um jovem, afeta muito a reputação organizacional e leva cerca de 10 anos para que se recupere a imagem da organização”, frisou.
A psicóloga, consultora na área de gestão de pessoas e professora, Marcela Delgado, apresentou o projeto Apego – Acompanhamento Profissional Especializado em Grupo Operativo. Segundo ela, o projeto é voltado a formar jovens preparados integralmente para o mercado de trabalho e para a vida, podendo servir de apoio na execução do programa Jovem Aprendiz.
Pesquisa de satisfação
Ao final do evento, a analista técnica da Gerência de Desenvolvimento Humano, do Sistema Ocepar, Bianca Carolina Schneiker, apresentou o resultado da pesquisa de satisfação do Programa Jovem Aprendiz, aplicada entre os meses de junho e julho desse ano. A pesquisa, por adesão voluntária, teve a resposta de 1.761 alunos, o que representa 34,3% dos participantes do programa.
Do total de respondentes, 96,76% disseram que recomendariam o programa; 91,08% aprovaram a relação entre a teoria e a aplicação prática; 58% afirmaram que recebem apoio profissional das cooperativas; 73% consideram que o programa traz oportunidade de emprego, 72,5% consideram que o programa contribui para a maturidade profissional e 52,58% consideram que trabalhar na cooperativa é um diferencial para a carreira profissional. A pesquisa foi aplicada a um universo de 5 mil alunos de 205 turmas, envolvendo 45 cooperativas.
O evento foi encerrado com a apresentação de um vídeo, com depoimentos de jovens que participaram do Jovem Aprendiz e se efetivaram após a conclusão do programa, atuando até hoje nas cooperativas.