AFTOSA: Laudo conclusivo sobre a incidência será divulgado

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O desfecho sobre a incidência da febre aftosa no Paraná parece estar bem próximo do fim. Até o final deste mês, a comissão de necropsia deve se reunir para elaborar o laudo conclusivo sobre a questão a partir dos diagnósticos laboratoriais de material coletado dos bovinos sacrificados em março. Entre o final de 2005 e o início deste ano o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) confirmou sete focos da doença em cinco municípios do Estado: Bela Vista do Paraíso, Grandes Rios, Loanda, Maringá e São Sebastião da Amoreira. Para confirmar a doença no Estado, técnicos do Mapa utilizaram exames de sorologia, uma vez que algumas amostras reagiram positivamente à incidência da doença; e a vinculação epidemiológica, já que alguns bovinos foram trazidos do Mato Grosso do Sul (Estado que registrou os primeiros focos da doença) e comercializados em um leilão realizado em Londrina. O vírus da aftosa nunca foi isolado em amostras do rebanho paranaense. Para que a comissão de necropsia finalize seus trabalhos falta apenas um exame para ser concluído.

Análise - O laboratório da Universidade Estadual Paulista (Unesp), de Botucatu (SP), está fazendo a análise histológica do material (análise microscópica dos tecidos). Segundo o professor Raimundo Tostes, doutor em Patologia Animal e coordenador do curso de Medicina Veterinária da Fazenda Cesumar, esse diagnóstico deverá ficar pronto durante esta semana. Na ação judicial que o pecuarista André Cristiano Muller Carioba, proprietário da Fazenda Cachoeira (localizada no município de São Sebastião da Amoreira) move contra a União e o Estado do Paraná o Mapa juntou laudos de alguns dos exames realizados pela Organização Pan-Americana da Saúde, que foram feitos a pedidos dos pecuaristas envolvidos no caso. A conclusão juntada ao processo afirma que não foi feito o isolamento viral, mas que "identificação de anticorpos indicam evidência sorológica para febre aftosa em alguns animais".

Incidência - Pelos laudos apresentados houve reação sorológica positiva nos seguintes bovinos necropsiados: um da Fazenda Flor do Café (Bela Vista), dois da Fazenda São Paulo (Loanda), três da Fazenda Pedra Preta (Maringá), quatro da Fazenda Cachoeira (São Sebastião da Amoreira) e um da Fazenda Santa Izabel (Grandes Rios). Bovinos das fazendas Cesumar (Maringá) e Alto Alegre (Loanda) não apresentaram reação aos exames. No entanto, na avaliação de Tostes, a conclusão apresentada no laudo da Organização "é a mesma do início do processo", quando os focos foram confirmados pelo Mapa com base na sorologia positiva.

Exames - "O vírus não foi isolado e essa sorologia apresentada é confundível com a vacinação. O pequeno número de animais reagentes não é compatível com o quadro da doença, é típico de vacinação. Tudo o que há de mais moderno em exames foi utilizado nesse caso e esses exames foram incapazes de mostrar o vírus, por isso, dentre todos os exames que foram feitos, essa sorologia é irrelevante", salientou o professor. Pelas normas da Organização Mundial de Saúde (OIE) o vírus persiste nas vísceras dos animais infectados por 180 dias e, portanto, ele lembra que se algum bovino tivesse sido infectado pelo vírus da aftosa, haveria o isolamento viral. (Folha de Londrina)

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