AGÊNCIA SAFRA: Ocepar estima perda de 6,3 milhões de t na safra do Paraná

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As perdas provocadas pela estiagem estão estimadas em 6,3 milhões de toneladas, com redução de 29,6% nas safras de soja, milho e feijão. Os dados são do levantamento realizado pela Ocepar, divulgados na tarde da última sexta-feira (16/01), durante reunião com o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Reinhold Stephanes. Foram consultadas 25 cooperativas que representam 70% da área de soja do estado, 55% da área de milho e 25% de feijão. As perdas mais expressivas vão ocorrer na safra de milho (37,1%) e feijão (39,7%). Na soja, a quebra está estimada em 23,7%, com menores conseqüências devido ao plantio ocorrer nos meses de novembro e dezembro, enquanto o plantio da maior parte das lavouras de feijão e milho acontece em setembro e outubro. A seca castigou várias regiões do estado nos meses de novembro e dezembro. As chuvas retornaram em janeiro, mas a redução da produtividade é irreversível.

Mais agilidade para liberar recursos aos agricultores - "É preciso agilizar a liberação dos recursos do Proagro e do Seguro Rural para que os produtores atingidos pela estiagem possam se manter na atividade.Também é fundamental que haja recursos suficientes para o plantio do milho safrinha e do trigo", afirmou o presidente do Sistema Ocepar (Organização das Cooperativas do Paraná), João Paulo Koslovski. Na reunião com Stephanes, que contou com a participação do secretário estadual de Agricultura, Valter Bianchini, e de dirigentes de diversas cooperativas do estado, Koslovski entregou documento com sugestões e reivindicações do setor para amenizar as conseqüências da seca. "Os repasses anunciados pelo Governo Federal não estão chegando na velocidade adequada aos agricultores", explicou. "O ministro Stephanes tem sido um parceiro do cooperativismo. Vamos buscar entendimentos com outras pastas e com o BNDES, no sentido de agilizar as normatizações do banco, para a liberação dos recursos, especialmente os direcionados ao capital de giro", relatou.

Fortalecer as cooperativas - O ministro Stephanes afirmou que muitas das medidas reivindicadas já estão sendo encaminhadas ou estudadas pelo Mapa. "Já disponibilizamos mais de 100 técnicos para que agilizem a análise e liberação de laudos para que os agricultores possam receber os recursos dos seguros. Também estamos cientes da necessidade de fortalecer as cooperativas, principalmente no que diz respeito ao capital de giro. As cooperativas são o principal instrumento de comercialização, e o reforço de recursos deve ser feito com urgência", disse. Uma das reivindicações do setor cooperativista é de um programa de capitalização com a destinação de R$ 2 bilhões para o capital de giro das cooperativas do país. "Estamos buscando fontes para garantir esses recursos, o que deverá acontecer em 15 ou 30 dias", estimou.

Novas intervenções - O ministro afirmou estar ciente das dificuldades dos agricultores e da necessidade de agilizar o pagamento dos seguros, refinanciar dívidas para produtores atingidos pela seca e suprir o financiamento para novos plantios. "A maior parte das reivindicações apresentados pelo setor cooperativista já deveria estar sendo operacionalizada pelos bancos, não seria preciso novas intervenções. Percebo que existe uma distância grande entre a decisão e a execução. Os gerentes são instruídos a cobrar e deixam em segundo plano o cumprimento das resoluções de renegociação", concluiu Stephanes.

Avaliação positiva - Na avaliação do secretário Estadual da Agricultura, Valter Bianchini, o encontro foi bastante positivo. "Foram discutidas medidas importantes que devem ser tomadas para dar todas as condições para que o agricultor possa recuperar os prejuízos causados pela estiagem", afirmou. O restabelecimento do FAT Giro foi considerado por Bianchini como uma das propostas mais importantes apresentadas pela Ocepar à Stephanes. "É uma novidade que deve viabilizar crédito complementar para financiar os insumos agrícolas", completou.

Negociação - Ainda de acordo com o secretário, as reivindicações dos paranaenses para o setor agropecuários estarão sendo negociadas em Brasília na semana que vem."Nós vamos negociar com os Ministérios da Agricultura, da Fazenda, entre outros, mantendo uma sincronia com a Ocepar e demais instituições com as quais nós já vínhamos tratando desde o início de janeiro", completou. Acompanhe mais detalhes no quadro abaixo, segundo informações da Ocepar. (Agência Safra, publicado no site IG "Último Segundo")

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