AGROINDÚSTRIA II: Sobrenome revela novo perfil do setor

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A importância que a industrialização da matéria-prima passou a ter para as cooperativas é simbolizada pela incorporação do termo “agroindustrial” à sua razão social, observa o geógrafo Sérgio Fajardo, professor da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro). Ele explica que isso se acentuou a partir de 2003. “Quando as cooperativas começaram a trocar seu nome de ‘cooperativa agrícola’ ou ‘cooperativa rural’ para ‘cooperativa agroindustrial’, ficou evidente que o foco delas deixou de ser a atividade primária”, frisa Fajardo.

 

Coamo - A Coamo, que acaba de completar 41 anos, é um desses exemplos. De cooperativa de agricultores, fundada como Cooperativa Agropecuária Mourãoense, tornou-se um dos maiores complexos agroindustriais do país. Hoje, chama-se Coamo Agroindustrial Cooperativa. Quem resume essa história é o próprio presidente da Coamo, Aroldo Gallassini. “Começamos com 79 agricultores, plantando trigo e soja, que não havia na região [de Campo Mourão]. Nos anos 80, iniciamos a industrialização da soja. Nos anos 90, fomos uma das poucas cooperativas a não sofrer com a crise, tanto que nem precisamos dos recursos do Recoop [programa de refinanciamento das dívidas, lançado em 1998 pelo governo federal].”

 

Referência - Neste início de milênio, a cooperativa é referência no processamento de grãos, sobretudo soja. E esse foco tende a ser mantido, conforme as palavras de Gallassini. “É a nossa vocação. Não temos vocação para frangos, suíno, leite.” Os próximos investimentos devem se concentrar na ampliação da capacidade de estocagem da cooperativa – dos atuais 3,9 milhões de toneladas, alcançar 5,5 milhões de toneladas.

 

Casa do bilhão - Sozinha, a Coamo responderá por quase 20% do faturamento de todas as cooperativas paranaenses, estimado em R$ 30 bilhões para 2011: a cooperativa de Campo Mourão projeta receitas da ordem de R$ 5 bilhões. Outra que alcançará a casa do bilhão é a Cocamar: R$ 2 bilhões, um quarto a mais que os R$ 1,6 bilhão de 2010. “Importante destacar que a Cocamar foi a primeira cooperativa do Paraná a investir em estruturas industriais para agregar valor à produção dos seus cooperados”, recorda o superintendente de operações, Arquimedes Alexandrino. “Começou com soja; hoje tem indústria de fios, de madeira, de sucos, de café. (Caminhos do Campo / Gazeta do Povo)

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