AGROLEITE 2006: Estudo incentiva interação homem-animal
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A Unidade Demonstrativa do Sistema de Produção de Leite apresentou o processo de recria de novilhas em quatro estações de trabalho com 20 minutos de palestra cada, no Agroleite 2006. Em uma delas, o professor doutor Marcelo Simão da Rosa, que pertence à equipe ética do 'Grupo de Estudos e Pesquisa em Comportamento Animal' de uma empresa que fabrica brincos para identificação animal (Allflex), trabalhou o 'Comportamento e bem estar de bezerras'. Ele aborda a importância de uma interação adequada entre humano e animal para ter bem-estar na sala de ordenha com produção melhorada. Para Rosa, o contato físico entre mãe e filha é muito importante para o sistema imunológico da cria. Na bovinocultura especializada eles separam a mãe da filha. A partir daí, não existe contato físico, também, entre o animal e o homem. "Estamos desenvolvendo um projeto para resgatar este contato. Porque se nós tiramos a mãe daquela bezerra, alguém tem que fazer este papel neste momento", conta o professor. Trata-se de um trabalho em grupo. "Esperamos que o sistema imunológico do animal melhore e a incidência de pneumonia e diarréia também; e, com isso, reduzimos a mortalidade", diz.
Interação e produtividade - Ele conta que hoje o tratador nem encosta na bezerra para alimentá-la. "Neste projeto que desenvolvemos, durante o fornecimento de leite, o tratador iria interagir fisicamente, estimular o animal, principalmente escovando-o no sentido contrário ao pelo, simulando a lambida da vaca", revela. Este tipo de interatividade imita o relacionamento da mãe com a filha no momento da alimentação. "Associado a isso, passamos a tirar os animais de abrigos individuais. Porque o contato social deles estava reduzido. A gente fornece o leite para ele, escova durante este fornecimento de alimento e liberamos para que fiquem em grupo durante o dia", conta ele. As bezerras são recolhidas somente à noite para os abrigos.
Produtividade - Os pesquisadores acreditam que a interação homem-animal melhore a produção quando a bezerra se tornar uma vaca. "Quando o animal tem um bem estar adequado, ele fica bastante tranqüilo dentro da sala de ordenha, dessa forma ele tem mais possibilidade de expressar a sua genética. Não adianta eu oferecer alimentação para uma vaca, as instalações e todos os outros cuidados sem interação ajustada", afirma o professor. Segundo ele, existem estudos que apontam que vacas que são mal tratadas na sala de ordenha chegam a reduzir até dois quilos de leite por ordenha. "A vaca não libera o leite do úbere por maus tratos. A gente está buscando esse animal dócil, que se mantenha tranqüilo, que venha liberar realmente todo o leite que está no úbere dele. E, para isso, ele precisa de uma interação adequada. O Homem também tem benefícios em relação a isso, não só financeiro. Ele grita menos, ele bate menos, ele corre menos, no final do dia ele estará menos cansado", revela o pesquisador.