AGRONEGÓCIO: Seminário discute perspectivas para o setor em 2010 e 2011
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O seminário "As perspectivas para o agribusiness em 2010 e 2011", promovido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e BM&F Bovespa, nesta terça-feira (04/05), em São Paulo, reuniu 1400 participantes, entre eles, gerentes e superintendentes comerciais das cooperativas Coamo e Castrolanda, do Paraná, e o analista da Gerência Técnica e Econômica do Sistema Ocepar, Robson Mafioletti. "O evento promoveu discussões importantes relacionadas ao agronegócio brasileiro e a participação das cooperativas contribuiu para enriquecer os debates", afirmou Mafioletti.
Abertura - Estiveram presentes na abertura do seminário o presidente da BM&FBovespa, Edemir Pinto; o vice-presidente do CME Group e ex-presidente da Chicago Board of Trade, Charles Carey; o presidente da Associação Brasileira de Agribusiness (Abag), Carlo Filippo M. Lovatelli e o ministro da Agricultura, Wagner Rossi. Eles ressaltaram o papel que o agronegócio desempenha na economia brasileira, já que o setor é responsável por 26% do Produto Interno Bruto (PIB); 40% das exportações e por todo o saldo da balança comercial do país. As commodities agrícolas também impulsionaram os negócios fechados no primeiro trimestre deste ano na Bolsa. Segundo Edemir Pinto, neste período foi registrado um aumento de 18% na quantidade de contratos negociados na BM&FBovespa, que chegaram a 545 mil, principalmente em milho, soja, boi gordo e café. O crescimento veio na esteira da recuperação da economia mundial, explicou o presidente da bolsa.
Propostas - Já o presidente da Abag falou sobre a proposta em elaboração que será apresentada aos candidatos à presidência da República num congresso previsto para o mês de agosto. A Organização Brasileira das Cooperativas (OCB) e a Ocepar também estão contribuindo para a formatação do documento que será entregue aos presidenciáveis. Para Lovatelli é importante o setor agropecuário se posicionar nesse momento, sendo que a proposta da Abag apresenta proposições ligadas ao direito de propriedade, sustentabilidade, tributação, meio ambiente, entre outros itens.
CME Group - Charles Carey destacou a integração dos sistemas ocorrida a partir da parceria estabelecida entre a Bolsa de Chicago e a Bolsa de Nova Iorque, que deu origem ao CME Group, onde hoje ele assume o cargo de vice-presidente. A bolsa norte-americana está firmando um acordo de atuação conjunta com a BM&F Bovespa, no sentido de propiciar maior liquidez ao mercado brasileiro.
Mapa - O ministro Wagner Rossi afirmou que o momento é "auspicioso" para o setor agropecuário, citando como exemplos as safras recordes previstas de 146 milhões de toneladas de grãos e de 664 mil toneladas de cana-de-açúcar. Em sua avaliação, a participação do governo federal e do setor financeiro tem sido fundamental para o avanço do setor. Ele destacou que, no atual governo, os recursos destinados aos financiamentos de custeio e investimento aumentaram cinco vezes, passando de R$ 22 bilhões para R$ 100 bilhões, enquanto as verbas para comercialização aumentaram dez vezes, passando de R$ 550 milhões para R$ 5,2 bilhões. Afirmou ainda que o novo Plano Agrícola e Pecuário vai trazer novidades, como o programa da agricultura de baixo carbono. Também assegurou apoio ao médio produtor e ao cooperativismo e disse que pretende manter os programas de investimentos, incentivar práticas ambientalmente corretas, ampliar o seguro rural e apoiar a aprovação do Fundo de Catástrofe no Senado Federal, entre outras medidas.
Macroeconomia - Em sua conferência sobre os cenários da macroeconomia e o agronegócio, o consultor Nathan Blanche, da Tendências Consultoria Integrada, disse ainda que as perspectivas para o setor são positivas para este ano, apesar dos preços mais baixos dos produtos agropecuários.