ALGODÃO: Cooperativismo viabiliza a cultura, afirma presidente da Coceal

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A ação cooperativista tem sido imprescindível para a manutenção e desenvolvimento da cultura do algodão no Estado, segundo o presidente da Cooperativa Central de Algodão (Coceal), Almir Montecelli. "Sem o trabalho das cooperativas, muito provavelmente a cultura já teria se extinguido no Paraná", afirmou ele nesta terça-feira (10/02), durante visita realizada ao presidente do Sistema Ocepar, João Paulo Koslovski, em Curitiba. Almir lembra que Paraná já chegou a cultivar 700 mil hectares de algodão no início da década de 1990, sendo que a previsão para a próxima safra é de uma área estimada em apenas 5.500 hectares.

Beneficiamento - Atualmente, o beneficiamento do produto é feito somente pela Coceal, que integra as cooperativas Integrada, Corol e Cofercatu. "Nenhuma máquina particular está fazendo esse trabalho no Estado. O algodão está sendo beneficiado aqui graças ao sistema cooperativista. Nós temos três cooperativas filiadas que, juntamente com os seus cooperados, ainda mantêm uma área de algodão capaz de movimentar uma máquina. Com isso, nós conseguimos manter a cultura, não em evidência, mas em busca de novas  tecnologias e de novas formas de exploração capazes da cultura se viabilizar", acrescenta Almir. Na área de atuação da Coceal foram cultivados cerca de 3500 hectares de algodão nessa safra. Toda a produção é beneficiada pela máquina da Coceal, que atua em sua capacidade máxima, processando 600 mil arrobas por ano.

Novos paradigmas - O presidente da Coceal também chama a atenção para o novo cenário em que a cultura está inserida. "Nós temos hoje um paradigma no algodão totalmente diferente do que antes se conhecia: um algodão com alta tecnologia, buscando altas produtividades e qualidade, com colheita mecânica, com variedades transgênicas. Isso você só obtém se estiver inserido no negócio. Se nós tivéssemos deixado o algodão há cinco anos atrás, nós não estaríamos inseridos nesse contexto", afirma. De acordo com Almir, as cooperativas têm um papel importante no repasse das novas tecnologias ao agricultor e também  em organizá-los para que eles tenham acesso a muitas inovações, como a colheita mecânica, por exemplo.

Congresso - As grandes novidades relacionadas à cotonicultura estarão em debate no 7º Congresso Brasileiro de Algodão que acontece de 15 a 18 de setembro, em Foz do Iguaçu. "Foi uma conquista para o Estado sediar esse evento. As novidades são imensas, será o melhor congresso do agronegócio realizado no modelo de feira e tecnologia", ressalta Almir. Serão mais de 100 palestras ministradas por especialistas brasileiros e estrangeiros. Haverá trabalhos apresentados em forma de pôster, mini-cursos e, no final, serão produzidos os anais, com todo o conteúdo dos trabalhos técnicos apresentados no Congresso. São esperados dois mil inscritos. O novo sistema de plantio adensado estará entre os temas de destaque do evento. "É uma tecnologia que possibilita o plantio do algodão com 45 centímetros de espaçamento entrelinhas. No ano passado já implantamos esse sistema em algumas áreas, onde tivemos excelentes produtividades, até acima de 200 arrobas por hectare, num custo menor porque o algodão contém um ciclo adiantado. Os custos com a colheita também são menores. Essa tecnologia  foi aplicada esse ano por nós em uma área de em torno de 100 hectares, onde nós devemos experimentar outras máquinas, buscando sempre melhorar tecnologia, qualidade e a produtividade", acrescenta o presidente da Coceal. 

CAE - Além da Coceal, Almir Montecelli preside a Apasem (Associação Paranaense de Produtores de Sementes e Mudas), a Fundação Meridional e o Sincopar -Norte. No final de janeiro ele também foi reconduzido ao cargo de membro do Comitê Assessor Externo (CAE), do Centro Nacional de Pesquisa de Soja da Embrapa. O CAE é um órgão de caráter consultivo que tem a missão de  assessorar nos processos de planejamento, acompanhamento e avaliação das políticas diretivas da instituição. Por meio do CAE, a Embrapa Soja interage de forma mais eficiente com sua comunidade externa, recebendo análises e informações importantes para a adequada atuação perante às principais políticas da empresa: Pesquisa & Desenvolvimento, Transferência de Tecnologias, Negócios Tecnológicos e Comunicação Empresarial.

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