ALGODÃO ORGÂNICO: Coagel desenvolve experiência

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Um projeto de produção de algodão orgânico vem sendo desenvolvido pela Coagel Cooperativa Agroindustrial, de Goioerê, como alternativa para a retomada da cultura na região. O trabalho, segundo o presidente da cooperativa, Osmar Pomine, teve início no ano passado e envolve 15 pequenos produtores do município de Moreira Sales, com áreas de cultivo variando entre um e dois alqueires. O produto já tem comprador certo, a indústria têxtil da França. “Apostamos na tradição da cultura aqui na região e de um mercado promissor”, resume Pomine.  “Já estávamos de olho nesse mercado, quando nos apresentaram uma proposta interessante”, diz ele, referindo-se ao contato com o grupo francês que irá levar a produção e que está acompanhando de perto todo o processo produtivo. “A cada 60 dias recebemos o pessoal da França que visita até mesmo as lavouras”, afirma. Os compradores seguem regras de um sistema nomeado como Mercado Justo. “É uma ação social de países desenvolvidos para com os países de terceiro mundo”, explica Geraldo Benetone, gerente comercial da cooperativa que coordena o grupo de cotonicultores.

Resultados - O projeto, continua Benetone, é voltado a famílias de pequenos agricultores que moram na propriedade e prevê a remuneração de todos os elos da cadeia produtiva. Entre as regras estão as boas práticas da agricultura, preservação do meio ambiente, a não exploração do trabalho infantil e freqüência escolar das crianças. Além dos cuidados na condução da lavoura, os produtores envolvidos receberam treinamento específico para a colheita. Foram utilizados fardos especiais com fundo lonado para impedir o contato da pluma com o solo. ‘‘As famílias cuidaram pessoalmente da colheita, promovendo até mesmo mutirões com outros envolvidos’’. A qualidade do produto foi superior à esperada: “a maioria do algodão recebeu classificação 5,5, quando o índice determinado era 6”, destaca Geraldo Benetone, lembrando que a classificação da pluma de boa qualidade varia entre os tipos 5 e 7.

Beneficiamento - O presidente da cooperativa, Osmar Pomine, informa que além da assistência técnica aos produtores e do fornecimento de sementes sem tratamento químico, a cooperativa adotou cuidados especiais para o recebimento e o beneficiamento da pluma. O beneficiamento irá ocorrer após o trabalho com o algodão convencional e limpeza das máquinas. “Já estávamos processando lotes de algodão orgânico vindos de uma cidade vizinha, agora vamos aproveitar o sistema”. Os contratos de compra contam também com bonificações especiais para o produto. O preço de mercado do produto está em média R$ 13,40/arroba, já para o produto orgânico está sendo fechado a R$ 20,00/arroba. “Se no final do ciclo o preço melhorar mais esse valores também serão repassados”, garante Pomine. (Folha de Londrina).

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