ANIVERSÁRIO: Cooperativa Agrária completa 55 anos

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A Agrária completa 55 anos de existência nesta sexta-feria (5/05), data que será comemorada com a realização, a partir das 20 horas de amanhã, no Centro Cultural Mathias Leh, na Colônia Vitória, de apresentação cultural “Novos Horizontes trazem um novo futuro”. Grupos de música e teatro da Fundação Cultural Suábio-Brasileira vão representar alguns momentos da trajetória dos suábios do Danúbio que fundaram a Agrária: a fuga do sudoeste da Europa durante a Segunda Guerra Mundial, a vida em abrigos para refugiados na Áustria, o projeto da instituição Ajuda Suíça para a emigração dos suábios e o ato de fundação da Agrária. No encerramento do evento, está previsto pronunciamento do diretor presidente da cooperativa, Jorge Karl. Na mesma noite, será aberta uma exposição de fotos históricas organizada pelo Museu Histórico de Entre Rios. A mostra retrata a vinda dos suábios do Danúbio para Entre Rios e a atuação dos nove presidentes que a Agrária teve até hoje.

Festa da Cevada - A chegada dos primeiros imigrantes suábios a Entre Rios, tradicionalmente comemorada a cada cinco anos com desfile de carros alegóricos, sempre em janeiro, neste ano será substituída por uma apresentação musical comemorativa dentro da programação da Festa da Cevada, que será realizada de 4 a 8 de outubro.“É importante lembrar que a Festa da Cevada é o evento no qual a Agrária realiza sua confraternização anual com cooperados, funcionários, clientes e fornecedores, além de amigos da comunidade. Por isso, com certeza, esta é também uma boa forma de lembrarmos a chegada dos primeiros suábios do Danúbio a Entre Rios”, comentou o diretor presidente da Agrária, Jorge Karl.

Passado e presente - Fundada em Guarapuava, em 5 de maio de 1951, e instalada no distrito de Entre Rios, na área rural do município, a Agrária surgiu como um projeto da instituição Ajuda Suíça para a Europa com objetivo de proporcionar uma alternativa de vida para um grupo de 500 famílias de suábios do Danúbio (população de etnia e cultura alemãs). Após a Segunda Guerra Mundial, os suábios, que haviam abandonado o sudoeste da Europa (ex-Iugoslávia, Romênia e Hungria), estavam vivendo em condições precárias, em campos de refugiados, na Áustria. O agrônomo Michael Moor coordenou o projeto: a Agrária adquiriu propriedades no distrito de Entre Rios e os cooperados, com seu trabalho no campo, pagaram à cooperativa pelos lotes recebidos. A partir de junho de 1951, eles começaram a construir as primeiras moradias e a trabalhar a terra. Em Entre Rios, surgiram cinco comunidades: Samambaia, Jordãozinho, Vitória, Cachoeira e Socorro. A Agrária conta hoje com 525 cooperados e aproximadamente 1.060 funcionários.

Frentes de atuação - A cooperativa produz soja, milho, trigo, cevada e aveia, possuindo também moinho de trigo, fábrica de rações, fábrica de óleo degomado de soja (estágio anterior ao refino para uso doméstico) e a maltaria Agromalte, uma das maiores do Brasil. O malte é comercializado para cervejarias de grande e pequeno porte em todo o país. Para melhorar a produtividade e a qualidade da produção no campo, a Agrária veio desenvolvendo desde a década de 60 pesquisas agrícolas. Hoje, a Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária, com sede na Vitória, desenvolve pesquisas voltadas principalmente ao manejo de lavouras, trabalhando em parceria com outras instituições de pesquisa e universidades no Brasil. Junto com a Agrária, a Fapa promove todos os anos, em Entre Rios, seu Dia de Campo de Verão e o WinterShow, uma exposição técnica sobre cereais de inverno, com maquinário agrícola, empresas e palestras, abrangendo desde a pesquisa até a industrialização.

Diversificação e modernização - Nos anos 90, a Agrária incentivou entre seus cooperados a diversificação com suinocultura e produção de flores. A partir de 2000, a cooperativa implantou um sistema de gestão profissional, para modernizar a administração e todos os procedimentos de produção. Vários cursos e treinamentos passaram a ser oferecidos aos funcionários e aos cooperados. Em 2004, no Concurso OCB/Globo Rural Cooperativa do Ano, a Agrária obteve os prêmios de Gestão Profissional e Responsabilidade Social.

Momento atual - Ao analisar a visão da cooperativa sobre o momento do agronegócio no Brasil, o diretor presidente da Agrária, que recentemente participou ao lado de outros dirigentes cooperativistas da mobilização da Ocepar junto ao governo federal para reivindicar medidas emergenciais para a agricultura, considera que o instante é difícil para os produtores de soja, milho e trigo: “Há uma séria crise de rentabilidade no campo, talvez sem precedentes. Os custos de produção estão mais elevados do que os ganhos da comercialização”. Jorge Karl afirmou que, por outro lado, os cooperados e funcionários da Agrária vêm crescendo em capacitação técnica, o que deverá contribuir para a cooperativa atravessar a crise do agronegócio. “Esta situação atual mostrou que a implantação de uma gestão profissional na Agrária, com toda esta ênfase na profissionalização da produção e nos programas de qualidade total, acabou tendo uma importância ainda maior. Acreditamos que hoje nossos cooperados e funcionários têm condição enfrentar esta conjuntura crescendo em eficiência, do campo até as indústrias”, disse.  

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