ANIVERSÁRIO I: Ocepar comemora 38 anos de constituição

No dia 2 de abril de 1971, representantes de 34 cooperativas do Paraná se reuniram em Curitiba para o III Encontro de Dirigentes Cooperativistas, quando também foi realizada a Assembléia Geral de Constituição da Ocepar. Entre os 86 participantes havia muitos técnicos do Incra, Acarpa e Secretaria da Agricultura, envolvidos diretamente na organização do sistema cooperativista. Entre eles, Henry Gerber, da Usaid (EUA), mas de origem alemã, que estava a serviço do Incra. Gerber deu grande contribuição para organizar as cooperativas através dos três projetos de integração: Iguaçu, iniciado ainda antes da constituição da Ocepar, Norcoop e Sulcoop. Não se pode falar da constituição da Ocepar sem mencionar a Assocep - Associação de Orientação às Cooperativas do Estado do Paraná, constituída no dia seguinte, 3 de abril, com o objetivo de atuar na área de formação, administração, informação e auditoria.

A Fundação Naumann nos anos 70 - Foi Henry Gerber, conhecedor do cooperativismo alemão, que aproximou as lideranças cooperativistas paranaenses da Fundação Friedrich Naumann, que apoiou por um longo período o desenvolvimento do cooperativismo paranaense. O apoio foi dado através de convênio realizado com a Assocep. Há 30 anos, Bernd Link, executivo da Fundação Naumann, disse durante solenidade realizada pela Ocepar: "A fundação trouxe à Assocep, ao Paraná e a outros Estados uma nova consciência cooperativista. A nosso ver, a atuação foi muito intensa no sentido de teorificar a prática dentro das cooperativas, aprimorando os conhecimentos de muitos líderes cooperativistas, executivos e funcionários. A Assocep pode, então, realizar boas auditorias, criar uma mentalidade de auditorias possíveis de serem realizadas. Mas foi sobretudo na área de treinamento e capacitação de pessoal que se fez ver os resultados desse convênio. O curso de pós-graduação, ou seja, "trainee", é resultado marcante do convenio que está fazendo escola dentro do cooperativismo".

O Sescoop no século 21 - A última contribuição da fundação ao cooperativismo paranaense foi na construção do Centro de Treinamento Friedrich Naumann, em 1989,  junto ao Departamento de Pesquisa da Ocepar, hoje Coodetec. Além do nome, a fundação legou ao cooperativismo do Paraná a percepção da importância da formação cooperativista, assumida pelo Sescoop. Embora a diferença do tempo e dos números, é clara a semelhança de atuação entre o Sescoop de hoje e a Assocep das décadas de 70 e 80. O Sescoop atua nas frentes de desenvolvimento, monitoramento e autogestão e desenvolvimento humano, buscando a formação cooperativista e profissional.     

A boa semente em solo fértil - "O futuro é aquilo que a gente semeia. Na época da constituição da Ocepar, a gente colocou uma semente que caiu em solo fértil, se desenvolveu e está dando os frutos que nós conseguimos presenciar nesta quarta-feira (01/04) na assembleia da Ocepar. A organização soube acompanhar os bons momentos de desenvolvimento da nossa economia e se preparou para atender as seus afiliados, montando uma estrutura administrativa adequada", afirma Guntolf van Kaick, primeiro presidente da Ocepar e atual assessor da diretoria. Van Kaick considera a Assocep uma conquista importante, "que evoluiu para o Sescoop", complementada pela Fecoopar.  "Eu acredito que tivemos a felicidade de semear uma semente com um DNA de bom conteúdo e está repercutindo no cooperativismo, que é um movimento essencial para o desenvolvimento econômico do estado, conclui o ex-presidente.

Organização e disciplina - "A razão central do sucesso é a sua organização, o seu disciplinamento", afirma o presidente do Sistema Ocerpar, João Paulo Koslovski. Ele reputa esse sucesso à  aglutinação das cooperativas em torno da organização central. "Eu costumo dizer que se a Ocepar é hoje reconhecida como uma entidade que tem um bom trabalho no cooperativismo do Estado, isso se deve à continuidade das gestões dos presidentes. Houve seriedade, competência, muita determinação e algumas pessoas colocaram até recursos próprios para viabilizar o trabalho da Ocepar,  o que demonstra que o espírito cooperativista sempre esteve acima de qualquer interesse econômico", frisa Koslovski. Segundo ele, essa aglutinação dos interesses das filiadas em torno da Ocepar tem permitido a realização de um trabalho construtivo, "o planejamento estratégico e o trabalho de autogestão que estamos fazendo desde 1991. São diretrizes de uma atuação que permitiu essa organização. Tivemos, além da sorte, competência das diretorias, o que possibilitou  esse crescimento da Ocepar e do cooperativismo". Para o presidente da Ocepar, o apoio inconteste dos presidentes, dirigentes e colaboradores das cooperativas ao trabalho da Ocepar foi essencial para o desenvolvimento do sistema. Koslovski cita que a centralização da discussão dos problemas das cooperativas na Ocepar dá credibilidade à organização para obter êxito nas suas principais reivindicações.