AQÜICULTURA: Piscicultura tem potencial para deslanchar no Paraná
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As 1.440 toneladas anuais produzidas atualmente, podem chegar até 400 mil se os oitos reservatórios ao longo do Rio Paranapanema entrarem em operação. Mercado para isso existe. Hoje, o brasileiro consome em média 6,5 quilos de peixe por ano e a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é que suba para 16 quilos. O Paraná tem vários fatores que favorecem o desenvolvimento da piscicultura. O mercado tem muito para crescer, o estado é rico em mananciais e a carne do peixe é magra, rica em nutrientes. Desde 2004, os ventos vêm soprando a favor na região norte e a atividade começa a deslanchar com uso de águas públicas de três represas da região, a Capivara, Xavantes e Canoa, além da instalação de três frigoríficos em estados vizinhos que exportam filés.
Concessão - Hoje existem 40 áreas produtivas nas represas, chamadas de tanques-redes, e empregam diretamente cerca de 400 pessoas. Outras cinco represas ainda podem entrar em operação e com uso de 1% da água de todas elas pode-se chegar a produzir até 400 mil toneladas por ano, quase a metade da produção nacional - que é de um milhão de toneladas. A concessão do uso das águas é feita após o piscicultor elaborar um projeto de manejo, levando em conta o meio ambiente. Depois disso, os produtores precisam ter muita paciência. A concessão pode demorar mais de dois anos. O documento é analisado pela Marinha - para manter a segurança da navegação, pela Agência Nacional de Águas (ANA), Secretaria de Patrimônio da União e Instituto Ambiental do Paraná (IAP). “É uma via burocrática, mas é necessária para organizar a produção e cuidar do meio ambiente”, fala Barreto. No reservatório da Usina Hidrelétrica de Itaipu e no de Caxias, no Rio Iguaçu, também estão sendo desenvolvidos outros projetos de tanques-rede.
Recursos - Os pequenos produtores podem conseguir o projeto junto à Emater e o financiamento com o Banco do Brasil. A vice-presidente da Associação Rolandece de Aqüicultores, Pietra Maria Wagner, diz que os piscicultores só começaram a produzir peixes em tanques-rede devido à garantia de compra dos dois frigoríficos de São Paulo e um do Mato Grosso do Sul. Até então a venda era destinada aos pesque-pague, mas não havia uma regularidade na entrega. “Agora podemos planejar a atividade. Só estamos produzindo os peixes em tanque-rede devido à certeza de comercialização”, avalia Pietra. Ela mesma está dobrando a sua produção.
Cascavel e Toledo - Além da região norte, o oeste também produz muito peixe. As cidades de Cascavel e Toledo respondem por 50% da produção estadual. Em 2004, foram 8.409 toneladas. Já na região sudeste, a atividade ainda patina. Curitiba e Paranaguá produziram apenas 747 toneladas, todas provenientes de tanques escavados. (O Estado do Paraná)