AVICULTURA: Flexibilidade traz preço melhor
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A flexibilidade das empresas de avicultura no atendimento de pedidos de clientes pode ser uma forma de avançar nos mercados interno e externo. Foi o que mostrou o gerente de exportações da Big Frango, Hélio Schorr, Em sua palestra no I Encontro de Jornalismo e Avicultura de Corte, encerrado na quinta-feira (14/09), em Maringá. Schorr mostrou que é praticamente impossível um operador de mercado de uma grande empresa atender a um telefonema de um comprador que quer fazer um pequeno pedido com características específicas. Mas, se uma empresa tiver a flexibilidade para fazer, rapidamente, adaptações internas para atender a pedidos específicos, poderá, em contrapartida, ganhar mais para isso. Em muitas situações, pode cobrar até US$ 100 dólares a mais por tonelada. A rapidez no atendimento, onde o comprador fala em qualquer momento com o vendedor que tem poder de decisão, traz grandes vantagens sobre as empresas cujo setor comercial é burocratizado.
A ambiência – A ambiência é a expressão do momento na avicultura. Está relacionada com o ambiente onde o frango é criado. Antigamente, mostrou o presidente do Sindiavipar, Domingos Martins, se dizia que o frango não precisa ter um galpão muito bom. Bastava ter água, comida e cuidados sanitários. Hoje se defende para o frango um hotel cinco estrelas, com galpões modernos, inclusive com forro no teto para reduzir a temperatura ambiente. Com isso também subiram os custos do avicultor, praticamente inviabilizando aviários com alojamento inferior a 25 mil pintainhos, a menos que o produtor utilize mão-de-obra própria e tenha outras fontes de renda.
Acabar com velhos conceitos – O encontro realizado em Londrina serviu para atualizar os jornalistas num assunto importante, já que a avicultura é a segunda economia do Paraná, e também para os industriais esclarecerem, mais uma vez, que em avicultura é “uma estupidez inimaginável” utilizar hormônios de crescimento. A imaginação popular sobre hormônios de crescimento tem uma razão: como o frango, que num terreiro pode levar um ano para ficar pronto para consumo cresce tão rápido num aviário? O desenvolvimento da genética aliada à alimentação e ao fornecimento constante de água é responsável por transformar 1,86 kg de ração balanceada em um kg de carne em cerca de 42 dias. O hormônio demora 60 dias para fazer efeito num animal. Além do mais, é proibido e o frango com hormônio seria rejeitado no mercado internacional.
Influenza aviária – A “gripe aviária”, como é conhecida pela imprensa, dificilmente vai afetar a avicultura brasileira. Esse otimismo foi mostrado pelos diversos conferencistas durante o encontro com os jornalistas. Em primeiro lugar, porque as autoridades dos países afetados estão fazendo um bom trabalho de sanidade. Segundo, porque as aves migratórias que vêm a América do Sul a partir do Pólo Norte estão sendo monitoradas. E por fim, dificilmente entrarão em contato com os aviários, que são protegidos com telas. E o Brasil está preparado para se defender dessa doença, se chegar. A proibição de criar patos, marrecos, gansos, perus, galinha d’angola e aves caipiras onde houver criação industrial é uma das medidas mais importantes na prevenção da doença.