AVICULTURA: Jornalistas discutem, em Maringá, cadeia do frango
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O modelo de integração adotado na avicultura brasileira, o mercado internacional e a sanidade foram temas do I Encontro de Jornalismo e Avicultura de Corte aberto ontem (13/09) em Maringá, e que termina hoje com visita a uma unidade industrial. O encontro, que reuniu mais de 20 profissionais da imprensa, do Paraná e de outros estados e está sendo promovido pela Unifrango e tem o apoio do Sindiaviapar, da Avipar e da Ajap (Associação de Jornalistas do Agronegócio do Paraná). Aberto pelo presidente do Sindiavipar, Domingos Martins e pelo presidente da Ajap, Marcos Tosi, o encontro começou com uma palestra do médico veterinário Ícaro Fiechter, da Avipar, que traçou um panorama da avicultura paranaense no cenário brasileiro e mundial.
Participação – O Paraná, com 1,052 bilhão de cabeças de pintainhos alojados, participa com 22,41 % da produção de frangos do Brasil, exportando 790 mil toneladas (27,63%), totalizando receitas de R$ 4,0 bilhões entre aves e frango de corte. Durante mesa redonda realizada no final da tarde entre jornalistas e representantes da cadeia produtiva de frango ficou claro que o modelo de integração adotado atualmente é muito eficiente em função da parceria realizada entre indústrias e produtores. Os produtores independentes praticamente desapareceram. Essa eficiência na integração foi destacada pelo presidente do Sindiavipar, Domingos Martins, e pelo gerente de exportações da Big Frango, Hélio Schorr. Indagado sobre a escala mínima ideal para o produtor ter uma remuneração suficiente para viver da avicultura, Domingos citou o alojamento de 25 mil aves. Escala menor, adotada até agora pela maioria das empresas de integração, exigem que o avicultor tenha outras atividades para complementar a sua renda.
Sanidade – Não há a doença influenza aviária no Brasil e as chances de aparecer são mínimas, afirmou o secretário executivo do Conesa, Inácio Kroetz. Kroetz enfatizou que em função da importância da avicultura econômica da avicultura no agronegócio, o governo e a iniciativa privada estão preparados para o improvável surgimento da doença. Se chegar ao Brasil, virá através das aves migratórias com origem no Pólo Norte, que se deslocam a regiões específicas do Brasil, que estão permanentemente monitoradas pelos técnicos da defesa sanitária. E, se isso ocorrer, as chances de chegar a um aviário são muito remotas por causa dos sistemas de prevenção.
Atravessando a ponte – Uma jornalista de Marechal Cândido Rondon comentou, durante a mesa redonda, que as fronteiras não estão sendo fiscalizadas, pois viu uma mulher atravessar com um galinha nos braços a Ponte da Amizade, entre Foz do Iguaçu e Porto Stroessner, no Paraguai, sem ter sido impedida por ninguém. Koetz disse que o momento não é de preocupação e que o frango, se tivesse sido afetado pela influenza aviária, estaria morto, e que o perigo são os portadores, que são os patos, marrecos e outras aves aquáticas.
Animais vivos – O secretário da Agricultura Newton Pohl Ribas aproveitou o evento para assinar a Resolução 94, que disciplina o transporte de animais vivos no Paraná, a menos que sejam originários de estabelecimentos credenciados e estejam acompanhados das respectivas guias de trânsito. Essa medida reforça a política de prevenção de doenças na avicultura paranaense. Com isso, também ficaria proibida a comercialização de aves vivas em feiras do Paraná. A resolução disciplina também o trânsito de produtos e subprodutos, resíduos de criatórios, incubatórios e abatedouros do Paraná, proibindo a entrada de aves de descarte procedentes de outros Estados. O documento foi assinado durante III Encontro Técnico Unifrango, que está sendo realizado em Maringá e tem a participação de mais de mil pessoas. Ficam excluídas da proibição, as aves procedentes de estabelecimentos certificados pelo Plano Nacional de Sanidade Avícola (PNSA) do Ministério da Agricultura, originários dos Estados que tenham as mesmas condições sanitárias que o Paraná, bem como, as aves que se destinem a estabelecimentos de abate do Serviço de Inspeção Federal. A resolução é clara quanto à proibição do comércio ambulante de aves. O presidente do Sindiavipar, Domingos Martins, elogiou a medida, afirmando que “mostra responsabilidade do governo com a atividade avícola”. (O jornalista Eloy Setti viajou a convite da Avipar e do Sindiavipar)