BALANÇA COMERCIAL: Campo participará de 90% do saldo em 2007

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O agronegócio deve manter em 2007 o percentual de participação no saldo da balança comercial brasileira com crescimento de até 15% nas exportações - somando mais de US$ 56 bilhões. No ano passado, o setor respondeu por 93% do superávit comercial do País - US$ 42,7 bilhões dos US$ 46 bilhões. O resultado representou um aumento da importância do campo, que em 2005 respondia por 85,9% do saldo comercial, o equivalente a US$ 38,4 bilhões.

CNA - "Se não houver uma reversão ou queda de preço nas commodities não agrícolas, vão continuar superavitárias e, deste modo, o agronegócio seguirá com a mesma participação", diz Eliezer Lopes, coordenador geral de Organização para Exportações do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Durante uma década, até 2004, o setor obteve saldo comercial superior ao superávit brasileiro. A partir de 2005, com o crescimento das exportações de outras commodities, como minérios e petróleo, a participação caiu. "Não foi o agronegócio que piorou, foram os outros setores que melhoraram", avalia Lopes.Para este ano, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) prevê uma mudança no ranking dos principais produtos exportados. A soja seguiria como líder, mas o complexo sucroalcooleiro passaria à frente das carnes, hoje em segundo lugar. Lopes, no entanto, não acredita nesta mudança. Governo e produtores convergem nas estimativas de recuperação das exportações da oleaginosa, diante de uma safra maior e de preços internacionais mais altos, além do crescimento nas carnes, que devem superar os problemas sanitários enfrentados no ano passado. "Mas a grande vedete continuará sendo o álcool", diz Matheus Zanella, assessor-técnico da CNA.

Exportadores - A grande contribuição para o resultado positivo do agronegócio veio do complexo sucroalcooleiro, que registrou aumento nas exportações de 65,9% , somando US$ 7,77 bilhões. O principal responsável foi o álcool - as vendas externas mais que dobraram, com receita de US$ 1,6 bilhão. Em 2006, o superávit comercial do setor cresceu 11% e atingiu US$ 42,7 bilhões. "Mesmo com todas as deficiências do setor no ano, o desempenho de 2006 foi extraordinário", disse o ministro Luís Carlos Guedes Pinto. No ano passado, as exportações do campo cresceram 13,4%, para US$ 49,4 bilhões. Entre os principais segmentos exportadores o embarque de carnes cresceu 5,5% e a venda de produtos florestais aumentou 9,4%. Apesar do bom resultado global, o complexo soja - o principal item da pauta, com 18% das exportações - teve leve redução dos embarques de 1,7%. A queda é explicada pela manutenção dos volumes vendidos acrescida da pequena redução dos preços internacionais, revertida no último trimestre.

Importações - No lado das importações, o Brasil comprou US$ 6,695 bilhões, valor 31% maior que o registrado em 2005. "Boa parte disso é explicada pela necessidade de importação de trigo após a frustração da safra brasileira", diz. A entrada do trigo estrangeiro saltou 52%, para US$ 989 milhões. Outro destaque foi o arroz, com crescimento de 35%, para US$ 174 milhões. No caso do arroz, o ministro explicou o aumento com reportagem deste jornal publicada na sexta-feira sobre distorções tributárias na venda de máquinas brasileiras nos vizinhos do Mercosul. "Muitos deles são produtores brasileiros que vão atrás de condições mais competitivas na Argentina ou Uruguai", disse. Diante da situação inusitada em que um trator brasileiro é mais barato no exterior, o ministro disse que o governo não pensa em desoneração do setor.  (Gazeta Mercantil) 

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