BIOCOMBUSTÍVEIS I: Osmar defende zoneamento para biodiesel no país

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O senador Osmar Dias ( PDT-PR) defende que a Embrapa e o Ministério da Agricultura iniciem um trabalho de zoneamento para definição das áreas de plantio de cana de açúcar e outras culturas que podem ser transformadas em biodiesel, para evitar investimentos em áreas de pouca produtividade. Para o senador, as preocupações sobre uma eventual redução da área de plantio de alimentos em benefício do plantio de cana e produção de biodiesel são infundadas.  O país tem 90 milhões de hectares de cerrado que podem ser utilizados para produção de grãos e outros 160 milhões de hectares de pastagens que também podem ser incorporados com a intensificação e aumento da produtividade. O país tem muitas áreas ociosas. Atualmente, a área plantada com todas as culturas é de 55 milhões de hectares e pode ser aumentada”, analisa. Ele defende o zoneamento inclusive para evitar a má utilização dos investimentos públicos. “É importante que haja um zoneamento até para evitar o financiamento do governo para plantio em regiões onde a cana não se adapta. Por questões climáticas, a cana não se adapta em regiões acima do paralelo 24. Não é possível comparar a produtividade da cana em estados como São Paulo, Paraná e Goiás, de cerca de 200 toneladas por hectare com a produtividade de outras regiões, de 60 toneladas por hectare. O governo precisa direcionar incentivos onde haverá garantia de sucesso”, explica.

Erros - Segundo o senador, o Brasil será muito beneficiado com a produção de biodiesel, mas precisa corrigir alguns erros. Ele defende o aumento do percentual de mistura do biodiesel no diesel de 2% para 5% para evitar um excedente muito grande na produção e investimentos em pesquisa. “Fala-se na produção de biodiesel de mamoma. Mas o óleo comestível de mamona é muito rentável e tem um altíssimo valor no mercado internacional. Podemos investir em culturas, como por exemplo, o pinhão manso, que pode gerar 2 mil litros de biodiesel por hectare e é uma grande alternativa para a agricultura familiar”, diz.

EUA - Osmar Dias acredita que a política norte-americana pode trazer benefícios ao Brasil, desde que não haja submissão aos interesses dos EUA. “O álcool de milho produzido pelos EUA não é tão competitivo no mercado internacional como o álcool brasileiro. Além do custo de produção ser maior, os EUA  terão que reduzir o plantio de 8 milhões de hectares de soja para plantar milho. Com isso, nossos produtores tanto de soja como de cana serão beneficiados. Mas é preciso que os EUA reduzam ou acabem com a taxa de R$ 0,3 que cobram sobre o litro de álcool brasileiro. Temos uma liderança na produção e não podemos ser submissos e aceitar alíquotas e subsídios injustos de outros países”, conclui. (Assessoria parlamentar)

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