BIOTECNOLOGIA: Embrapa recebe renda de royalties
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A multinacional norte-americana de sementes e defensivos agrícolas Monsanto repassou R$ 5,9 milhões à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) como parte de um convênio em vigor desde 2005. Os recursos são provenientes do compartilhamento dos direitos de propriedade intelectual (royalties) sobre a comercialização de variedades de soja da Embrapa com a tecnologia Roundup Ready (RR), desenvolvida pela Monsanto.
Financiamento de projetos - Os recursos serão usados para financiar nove projetos de pesquisa ligados a lavouras tipicamente brasileiras, como arroz, feijão e cana-de-açúcar. As iniciativas selecionadas visam ampliar o potencial produtivo das culturas, conferindo às plantas características como a tolerância à seca ou a resistência a pragas e doenças. O melhoramento genético convencional, a formulação de biopesticidas e estudos sobre o impacto ambiental da transgenia também foram contemplados.
Pequenos agricultores - Para o diretor-executivo da Embrapa, José Geraldo Eugênio França, o convênio estendeu aos pequenos produtores brasileiros os benefícios da biotecnologia aplicada à agricultura. "Com essa verba podemos investir em culturas que não são o ‘primo rico' da agricultura - como a soja, que é uma commodity -, mas que nem por isso deixam de ser importantes para o Brasil, como o feijão", disse durante a cerimônia de repasse, na segunda-feira em Santo Antônio de Goiás (GO). Nas últimas cinco temporadas, as sementes RR renderam R$ 25,9 milhões que apoiaram cerca de 30 projetos.
Fundo - A verba é destinada ao Fundo de Pesquisa em Biotecnologia Embrapa-Monsanto, que é administrado por um comitê gestor formado por representantes das duas empresas. São os administradores desse fundo que escolhem os projetos que serão beneficiados com o dinheiro dos royalties. Interesses comerciais não interferem na decisão, garantiu o presidente da multinacional no Brasil, André Dias. Conforme o chefe-geral da Embrapa Arroz e Feijão, de Goiânia (GO), Pedro Machado, para receber os recursos, os projetos precisam contribuir para o avanço do conhecimento em tecnologia agropecuária ou então para a aplicação do conhecimento já existente. (Caminhos do Campo / Gazeta do Povo)