C.VALE I: C.Vale discute tendências de preços e legislação ambiental
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O produtor rural deve ter um plano de comercialização com metas e estratégias. Se desejar especular com os preços deve, primeiro, garantir a cobertura dos custos e depois a margem de lucro. O principal cuidado com a especulação é que ela nunca deve chegar ao ponto de comprometer a viabilidade da propriedade. A orientação foi transmitida pelo analista Steve Cachia, da Cerealpar, a associados da C.Vale que participaram do 3º Encontro do Agronegócio, no dia 3 de junho.
Crise - Cachia disse que a crise econômica internacional não paralisou as compras de alimentos. "O Brasil está exportando mais soja que em 2009", argumentou. Cachia entende que a grande demanda por soja deve manter o produto valorizado no curto e médio prazos. "A tendência é altista devido aos estoques apertados dos Estados Unidos, mas ela pode mudar se houver uma recuperação da produção mundial", projetou Cachia.
Milho - Em relação ao milho, ele afirmou que a quebra da safra argentina, a produção de etanol pelos Estados Unidos e o consumo chinês puxam os preços para cima, mas o alto nível dos estoques brasileiros dificulta a recuperação dos preços. A saída seria o aumento das exportações para baixar os estoques, diz o analista, mas a desvalorização do dólar encarece o milho brasileiro no exterior e diminui essa possibilidade.
Meio ambiente - Os 400 produtores que participaram do encontro em Palotina e Assis Chateaubriand, ouviram do engenheiro agrônomo Sílvio Krinski, da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), uma avaliação das negociações envolvendo as mudanças no Código Florestal. Ele afirmou que as propostas apresentadas pelas cooperativas foram consideradas aceitáveis por representantes do Ministério do Meio Ambiente. Krinski explicou que entre as propostas está a participação da sociedade na recomposição da área de cobertura vegetal. Os produtores teriam a obrigação de manter as matas ciliares e os municípios e o estado complementariam o percentual que fosse definido criando reservas ambientais.
Áreas consolidadas - A Ocepar defende, também, a permissão para uso das áreas de preservação permanente em regiões de atividade econômica já consolidada, como as produtoras de maçã, uva e café. Outra proposta prevê autonomia para os estados e municípios definirem as atividades econômicas a serem exploradas em cada região.
Mobilização - Presente ao encontro, o presidente da C.Vale, Alfredo Lang, disse que a campanha "Mata ciliar sim, reserva legal não", promovida pelos associados da cooperativa, conseguiu modificar o posicionamento de vários parlamentares. Ele alertou, no entanto, que será preciso manter a mobilização até a votação das mudanças no Código Florestal. (Imprensa C.Vale)