CÂMBIO: Queda atual do dólar só será sentida em 3 meses
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A variação cambial teve reflexos no bolso do consumidor nos últimos três anos, desde que o dólar começou a cair. Já a cotação comemorada pelo mercado ontem, quando chegou a R$ 1,95, só será percebida dentro de três meses, em média. Isso porque o preço final dos importados é, em geral, definido no fechamento do pedido e os produtos só são remarcados quando as novas remessas chegam às gôndolas dos supermercados e às lojas. O repasse, no entanto, depende de outras variáveis e pode não ser feito. O setor agropecuário é um exemplo. ''Nossos preços não dependem apenas da taxa de câmbio, mas principalmente da produção'', diz o economista Flávio Godas, da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais do Estado de São Paulo (Ceagesp). Com a queda da produção de salmão, no Chile, o preço do pescado no mercado internacional subiu, mas foi compensado com a queda do dólar. Para o consumidor final, ficou tudo igual: R$ 12 a R$ 15 o quilo.
Derivados de farinha - O mesmo deve ocorrer com os derivados de farinha de trigo, cujo aumento de preço no mercado internacional, que chegou a 30% nos últimos dois meses, está sendo compensado com a desvalorização do dólar. ''Já o preço dos óleos essenciais, como girassol e canola, cotados essencialmente em dólares, e os azeites, vinhos e especiarias, que já vêm com melhores ofertas, devem ainda ter uma redução de 10%, com a queda do dólar esse mês'', diz o vice-presidente da APAS, Martinho Paiva Moreira. ''Mas, isso ainda deve demorar três meses, tempo médio para que esses produtos, comprados com o dólar mais baixo, hoje, cheguem às prateleiras.'' (Agência Estado)