CANA-DE-AÇÚCAR: Requião determina criação de zoneamento para expansão
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O Paraná terá um zoneamento para disciplinar a expansão do plantio de cana-de-açúcar no Estado. O plano está sendo elaborado pela Secretaria da Agricultura e Abastecimento, a pedido do governador Roberto Requião. “A idéia é que a cultura da cana possa se expandir para áreas degradadas, sem invadir outras áreas de cultivo ou eliminar pequenas propriedades rurais, matas ou bosques”, explicou o governador, na reunião semanal da Escola de Governo, realizada nesta terça-feira (10/04) no auditório do Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba. Requião informou que o Governo do Paraná obteve R$ 2,5 bilhões junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para financiar a implantação de novas usinas no Estado. “Estamos acompanhando e ajudando o setor sucroalcooleiro, mas temos que analisar com cautela a ilusão da substituição do petróleo pelo biocombustível”, disse. “O etanol, se preserva o meio ambiente numa ponta, reduzindo a poluição da atmosfera, o degrada na outra, devastando a natureza.” O secretário da Agricultura e do Abastecimento, Valter Bianchini reforçou a posição do governador, em disciplinar o plantio da cana-de-açúcar, a fim de não prejudicar outras culturas e nem o meio ambiente. “Pretendemos orientar os avanços do plantio da cana-de-açúcar para evitar que uma expansão desordenada ocupe áreas de cultivo de alimentos”. Bianchini ressaltou que as ações terão sempre “a ótica do desenvolvimento sustentável”.
Área - Segundo o secretário, a cana-de-açúcar ocupa, atualmente, 500 mil hectares, o que corresponde a 6% ou 7% da área cultivável do Estado e a expansão da cultura está ocorrendo sobre áreas degradadas de pastagens. “Estamos elaborando uma nova matriz produtiva que compatibilize a agroenergia, com a produção de biodiesel, a produção de etanol, a diversificação sem a dependência excessiva de insumos.”
Procura – O governador propôs um estudo comparando o consumo de combustíveis derivados de petróleo nos EUA e a capacidade de produção de álcool brasileira. “Não creio que teríamos a menor condição de produzir essa quantidade de etanol, mesmo que plantássemos em toda a área disponível no País”, argumentou. “Há algum tempo, dizia-se que a soja seria a salvação do Brasil na produção de biocombustível. Mas isso foi inviabilizado pelo preço desse grão, que ficou alto demais”, afirmou Requião. “E o que aconteceu no passado com a produção de álcool? Num determinado momento, o açúcar valorizou-se muito no mercado internacional, e as usinas deixaram de produzir o combustível”, lembrou o governador. “Atualmente, o mundo quer comprar álcool do Brasil. Recebi, nos últimos quatro anos, cerca de 20 missões internacionais, a maioria japonesa, à procura do etanol. Mas eles querem garantia de fornecimento, que tal garantia seja dada por uma instituição como a Petrobras, que armazenaria um estoque regulador. Isso não é tão fácil como parece”, disse Requião.
Avanço - Apesar das ressalvas, o governador considera fundamental o avanço da tecnologia de biocombustíveis, e vê grandes possibilidades para sua aplicação num estado agroindustrial como o Paraná. “O Tecpar está trabalhando em uma usina padrão, que pode converter, de resíduos animais a plantas oleaginosas, em biodiesel. Se conseguirmos distribuir pequenas usinas como essa, daremos aos produtores rurais a condição de produzir seu próprio combustível”, explicou. (Agência Estadual de Notícias)