CBC I: Lideranças do PR são entrevistadas ao vivo durante Congresso

O presidente do Sistema Ocepar, João Paulo Koslovski, e o presidente da Federação das Unimeds do Estado do Paraná, Orestes Barroso Medeiros Pullin, estiveram entre os líderes cooperativistas entrevistados ao vivo durante do XIII Congresso Brasileiro do Cooperativismo (CBC), ocorrido em Brasília (DF) na semana passada. As entrevistas foram transmitidas pela internet, sendo que a participação de Koslovski e Pullin ocorreu na sexta-feira (10/09). Eles iniciaram falando sobre o tema do Congresso: a sustentabilidade do sistema cooperativista. "Eu enxergo a sustentabilidade do cooperativismo por três vertentes: o da cooperativa como empresa, porque hoje nenhuma empresa se sustenta se não for adequadamente administrada, se não tiver competência e uma boa estrutura. Outra vertente muito importante é a do associado, ou seja, não adianta ter uma empresa se ela não for uma ferramenta de trabalho dos seus cooperados. E a outra vertente fundamental para garantir a sustentabilidade é quanto ao relacionamento com a sociedade onde essas cooperativas estão inseridas. Ou seja, a sociedade entender que a cooperativa é uma empresa dela, daquela cidade, daquela região onde atua. É sustentado nessas três vertentes que temos trabalhado bastante no Paraná para garantir a sustentabilidade das cooperativas", afirmou o presidente da Unimed Paraná.

Formação - Já o presidente da Ocepar, João Paulo Koslovski, destacou as ações realizadas no Paraná na área de formação, com o apoio do Sescoop/PR. "Nós temos que levar em consideração que uma cooperativa é uma sociedade de pessoas, cujo objetivo principal é a prestação de serviços. O foco da sustentabilidade tem que estar na viabilização do cooperado. Se ele se viabilizar, evidentemente você terá condições de viabilizar as cooperativas. Há uma interdependência, mas sempre partindo da necessidade do cooperado para com a cooperativa. Nesse sentido, o Sistema Ocepar tem feito um trabalho muito forte na gestão das sociedades cooperativas", afirmou ele. "Nós temos uma parceria com as cooperativas centrais, com as federações, tanto na área de saúde, como no crédito, agropecuário, enfim, com todos os ramos, no sentido de fortalecer cada vez mais essa formação dos dirigentes para que a gente tenha uma gestão cada vez mais profissional e também investimento na profissionalização em todos os níveis, desde o cooperado, o funcionário... Também buscamos uma inserção da cooperativa no âmbito do mercado pois a sustentabilidade está vinculada a isso. Porque a cooperativa tem que viabilizar uma atividade para o cooperado e, ao mesmo tempo, um mercado para os produtos e serviços oferecidos pelas cooperativas", acrescentou Koslovski.

 

Milésimo aluno - Ele ressaltou ainda que o Paraná tem registrado um crescimento médio anual de 10% no número de cooperados, em todos os ramos. "Isso mostra que o cooperativismo é um instrumento importante na defesa econômica e social, principalmente dos pequenos. E no Paraná esse trabalho é feito pela Organização muito fortemente na área de capacitação. Somente no ano passado, nós treinamos 103 mil pessoas no cooperativismo. Esse ano nós estamos chegando ao milésimo aluno de MBA treinado pelo Sescoop/PR. Não tem nenhum estado que tenha feito este trabalho até hoje nesse nível, ou seja, mil pessoas treinadas em pós graduação num prazo de dez anos pelo Sescoop/PR. Isso mostra que há um investimento muito forte na profissionalização do setor e, evidentemente, quando você profissionaliza você tem muito mais acertos do que erros e isso é melhor para o cooperado", frisou o presidente da Ocepar.

 

Marketing - Koslovski destacou também a campanha de marketing realizada há três anos pelo Sistema Ocepar para mostrar a importância do cooperativismo no contexto da economia do Estado. "As cooperativas do Paraná têm uma participação de 20% do PIB do Estado, é a maior em âmbito nacional, comparativamente. As duas primeiras campanhas mostraram os benefícios que o trabalho das cooperativas tem para o desenvolvimento do estado e, principalmente, para as pessoas. E, nesse terceiro ano, estamos enfocando a qualidade dos serviços e produtos em relação a sua origem". De acordo com o presidente da Ocepar, essa estratégia está gerando bons resultados. "Fizemos uma pesquisa que apontou uma evolução quanto à percepção da sociedade em relação à importância do cooperativismo", afirmou. 

 

Pleito - Ao final da entrevista, Koslovski e Pullin foram questionados sobre a principal solicitação que fariam se estivessem na frente do futuro presidente da República. "Na realidade o grande desejo do setor tem sido a regulamentação dos artigos constitucionais que falam do cooperativismo, uma grande conquista da Constituição de 1988. E nós temos um que é fundamental, o artigo 146 que fala da questão tributária das cooperativas e que até hoje não foi regulamentada. Se nós tivéssemos a regulamentação desse artigo, nós não estaríamos discutindo a questão do ato cooperativo que é o cerne, o âmago do cooperativismo", disse Koslovski. "Eu olharia para ele ou para ela, presidente ou presidenta, e convidaria: venha jantar com a gente, talvez em uma ou duas horas a gente consiga convencê-lo a cumprir a Constituição", acrescentou o Pullin.