CBC III: Cooperativados querem mais educação

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O presidente da OCB, Márcio Lopes de Freitas, convidou Delfim Netto a integrar a Rede Nacional de Pesquisadores do Cooperativismo e o ex-ministro aceitou, "com muita honra". Delfim foi o palestrante no XXIII Congresso Brasileiro do Cooperativismo (CBC), com o tema "Cenário Político e Econômico", que aconteceu de 9 a 11 de setembro, em Brasília (DF). Mas parece que a tônica de todos os pronunciamentos foi a questão da educação e da pesquisa para o desenvolvimento.

Oportunidades - "O Brasil está na ponta da produção de etanol. Recebemos um bônus energético, o pré-sal. E as novas tecnologias que o país já está empregando em larga escala na indústria, no comércio e em todos os setores, vão ser outra revolução. Temos que garantir força à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e aos institutos de pesquisa para conservar o estado da arte na produção de combustíveis. Estas são as grandes oportunidades que estão colocadas para nós", disse Delfim.

Delegados - O XXIII Congresso Brasileiro do Cooperativismo, que foi aberto na tarde de quinta-feira (09/09) pelo presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras, Márcio de Freitas, e por um dos entusiastas do cooperativismo, Roberto Rodrigues, continuou durante toda a sexta-feira (10/09), em Brasília, com a platéia lotada por 800 delegados vindos dos Estados.

Painel - Em seguida à conferência de Delfim, Rodrigues coordenou um painel com cooperativados, que trouxeram sua experiência ao palco. Respondendo a uma indagação de Roberto Rodrigues, os participantes da mesa falaram sobre os valores do cooperativismo. A cada pronunciamento, ele pontuava as observações e fazia novo questionamento.

Jovens - "As cooperativas necessitam atrair mais jovens e precisam explicar aos que estão chegando o que é o cooperativismo", sugeriu Argemira Fátima, colaboradora da Unimed de Manaus, pedindo mais cursos que esclareçam e divulguem os valores do cooperativismo. "Em nossa cooperativa, a gente percebe a divulgação desses valores, mas vemos que eles não são colocados na prática", rebateu José Cláudio da Silva, da Coates, de Pernambuco.

Prioridades - Ademar Schardong, presidente do Sicred de Santa Catarina, defendeu a integração do Sistema. Já o presidente da Cooperbio, João Luiz Ribas Pessa, alinhou seis ações que vê como prioritárias para a próxima década: 1) entidades e associações de classe mais atuantes; 2) reconhecer que a cooperativa não é um fim, mas um recurso para prosperar com as pessoas; 3) incentivar as cooperativas a contribuir para a melhoria dos cooperativados; 4) evitar a concorrência predatória entre cooperativas; 5) atualizar as leis do cooperativismo; e 7) unificar alguns ramos, como os das cooperativas de crédito e rural, para aumentar o potencial.

Emoção - Enquanto isso, o vice-presidente da OCB, Ronaldo Scucato, representante da OCEMG, defendia a emoção. "Na vida não se consegue nada sem emotividade", assegurava. Citando o filósofo Domenico de Masi, disse que "o cidadão de 2020 vai ser guiado pela emotividade, tem que ter flexibilidade, ser contra todas as formas de corrupção e portador da bandeira da ética".

Ação - Para finalizar, Roberto Rodrigues simulou estar recebendo um telefonema de sua esposa para passar um recado aos cooperativados reunidos no auditório da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio (CNTC): "Amanhã vai todo mundo embora e o risco é esquecer tudo o que discutimos aqui nesses três dias. A vida real, com seus problemas, nos afasta dos compromissos. Não podemos deixar que isso aconteça. Temos que transformar tudo o que falamos aqui em ação". (Informe OCB)

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