CNA prevê aumento de 20% no embarque de carne bovina
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As exportações brasileiras de carne bovina poderão crescer 20% neste ano, segundo estimativa divulgada ontem pelo Fórum Nacional de Pecuária de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA). Se confirmada a expectativa, os embarques somarão 2,7 milhões de toneladas, contra 2,2 milhões em 2005, e renderão R$ 3,8 bilhões, ante US$ 3,15 bilhões no ano passado. "No mínimo, vamos repetir o crescimento de 2005. Há poucos países que podem atender à demanda mundial como o Brasil", resumiu o presidente do fórum, Antenor Nogueira. Em 2005, a receita com as vendas externas cresceu 22,4%. Para reforçar o otimismo do dirigente, as exportações atingiram US$ 250 milhões em janeiro último, 28,9% mais que no mesmo mês do ano passado. O volume exportado bateu em 165,7 mil toneladas, alta de 29%.
Embargos de 56 países - Nogueira lembrou, contudo, que a pecuária segue ameaçada pelo ressurgimento da febre aftosa no Brasil e mesmo na Argentina. No caso brasileiro, 56 países ainda mantêm embargos parciais ou totais ao produto do país. Conforme analistas de mercado, o crescimento das exportações dependerá do ritmo de queda dessas barreiras. Se as vendas externas estão resistindo à aftosa e seguem em boa fase, Nogueira ressalta que o mesmo não acontece com a renda dos pecuaristas do país, cujo cenário é sombrio. Às voltas com uma forte queda nos preços internos desde meados de 2003, os criadores receberam 11,9% menos pela arroba do boi gordo em 2005 e bancaram custos operacionais 6,4% maiores, segundo levantamento da CNA e do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea/USP).
Queda do preço - Os dados do ano passado evidenciam uma piora especialmente em dezembro. O preço pago pelo boi gordo caiu 6,14% no mês. O estudo considera preços em nove dos principais Estados pecuários, responsáveis por 78% do rebanho bovino nacional - Goiás, Minas, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraná, Rio Grande do Sul, Rondônia e São Paulo. Em 2004, quando os preços do boi gordo ficaram estáveis, os custos já haviam subido 10%. Segundo Nogueira, para gerar renda os pecuaristas passaram a aumentar o abate de matrizes, o que compromete a oferta de bezerros. Em 2005, o abate de fêmeas representou entre 35% e 40% do total. Em 2000, a média ficou em 26%. "No primeiro semestre de 2005, o índice beirou 40% e, em alguns Estados, chegou a 50%".(Valor Econômico).